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50 anos do Renault 16

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A história dos modelos « ao ritmo da vida » tem início em 1965, quando a Renault apresentou, no Salão de Genebra, o Renault 16 com um desenho absolutamente inovador: um dois volumes com um portão traseiro para acesso à bagageira. Ao conciliar o carácter prático, com uma linha elegante, o Renault 16 foi o primeiro automóvel « ao ritmo da vida ».

As linhas do Renault 16 foram uma obra conjunta de Philippe Charbonneaux e de Gaston Juchet. Como este último, além de designer era também engenheiro de aerodinâmica, o P-DG da Renault da época, Pierre Dreyfus, encarregou-o da concepção estética do Renault 16.

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A vontade de inovar
Nasceu assim o projecto 115, liderado por Yves Georges do lado da engenharia e por Gaston Juchet no design. Durante quatro anos, as equipas da Renault conceberam uma arquitectura inédita, que acolheu numerosas inovações técnicas sob um design funcional.

À margem do projecto foi, ainda, estudado o desenvolvimento de um coupé, mas este estudo seria abandonado por questões de rentabilidade.

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No cruzamento de diferentes universos
No cruzamento dos universos das berlinas e dos veículos comerciais, o Renault 16 oferecia uma polivalência de utilização absolutamente inédita para a época. A bagageira dispunha de quatro diferentes configurações, com um volume de 346 dm3 a 1200 dm3, graças ao banco traseiro deslizante, rebatível e amovível. Os bancos adaptavam-se a todos os tipos de utilização: desde a instalação de uma cadeira para criança, a uma posição de repouso e mesmo uma posição cama.

Ou seja, o Renault 16 foi concebido, desde a origem, como um automóvel « ao ritmo da vida » e completamente distinto de tudo o que existia na concorrência.

Soluções técnicas inovadoras
O Renault 16 marcou também o seu tempo pela modernidade e pelo pioneirismo das características técnicas. O seu brilhante comportamento dinâmico era justificado pela excelência do chassis de tracção dianteira – na época, uma solução técnica ainda bastante rara no segmento – e pela instalação dos motores em posição central dianteira. Os motores, as cabeças de motor, mas também a caixa de velocidades eram em alumínio, uma estreia absoluta no mercado Europeu.

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Em 1968, a versão TS – de Tourisme Sportif – introduziu novos equipamentos, absolutamente inovadores, como o vidro traseiro com desembaciamento, os faróis adicionais de iodo, os limpa pára-brisas com 2 velocidades e 4 jactos e o retrovisor interior com regulação dia/noite.

Em 1969 são introduzidos os faróis de marcha-atrás, os vidros dianteiros eléctricos, o tecto de abrir de comando eléctrico e os estofos em couro. O Renault 16 era uma nova forma de « viver » um automóvel.

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Carro do Ano 1966
Desde logo na apresentação no Salão de Genebra, o Renault 16 surpreendeu pelo estilo, convencendo rapidamente o público e a imprensa. E este reconhecimento foi materializado com o prémio de Carro do Ano 1966, à frente do…Rolls-Royce Silver Shadow!

Ao longo da sua carreira de 15 anos, o Renault 16 foi alvo de diversas evoluções, entre as quais uma fase 2, em 1971. Comercializado originalmente com um motor de 1470 cm3 de 55 cv, a gama foi enriquecida, em 1968, com um motor de 1565 cm3 de 85 cv. Em 1969, o Renault 16 estreou a primeira caixa de velocidades automática de origem francesa. E se, no início, esta apenas estava disponível no R16 TA (de Transmissão Automática), a partir de 1972 passou a ser uma opção disponível em todos os motores da gama. De 1973 e até ao fim da carreira, em 1980, o Renault 16 recebeu um motor de 1647 cm3 de 93 cv, para a versão TX, capaz de o impulsionar a uma velocidade máxima, em circuito, de 175 km/h. Esta versão dispunha, de série, do fecho centralizado das portas e dos cintos de segurança com enrolador, dois equipamentos completamente inovadores para a época.

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Uma super-produção para a Renault que marcou o início de uma nova era
Ao longo da carreira do Renault 16 foram produzidos 1 851 502 exemplares, principalmente na fábrica de Sandouville, que foi especialmente construída para a produção deste modelo. O Renault 16 foi ainda um modelo fulcral no crescimento da Renault fora da Europa. Quase metade das suas vendas foram realizadas nos mercados fora da Europa, entre os quais os Estados-Unidos, através de uma versão específica desenvolvida para aquele mercado.

O Renault 16 foi um automóvel pioneiro na história da Renault e representou a síntese entre duas « escolas » que, progressivamente, se foram separando nos anos 80: a abordagem clássica de um topo de gama estatutário e a filosofia dos automóveis « ao ritmo da vida », incarnada pela Renault, que privilegia a inovação conceptual para acompanhar as tendências de desenvolvimento das sociedades.

Rui Augusto
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