O director-geral da Autoeuropa, António Melo Pires, afirmou hoje não existir “nenhuma decisão tomada em relação a um novo modelo” para a fábrica, mas mostrou-se confiante de que, até ao final do ano, haja uma decisão da Volkswagen em relação a um novo carro.
António Melo Pires, que falava aos jornalistas no âmbito da apresentação de resultados da fábrica portuguesa do grupo Volkswagen em 2012, adiantou ainda que a Autoeuropa está “em concorrência com outras fábricas”, mas tem “argumentos fortes”, estando confiante de que vai ganhar essa aposta.
O responsável da Autoeuropa referiu não existirem datas mas está à espera que “seja anunciado”, até porque o grupo Volkswagen “vai lançar este ano dezenas de modelos e nos próximos quatro anos mais umas dezenas”.
António Melo Pires precisou que a vinda de um novo modelo mini-SUV (Sport Utility Vehicle) para Portugal “é pura especulação”, e adiantou que “será com certeza uma nova plataforma”, mas que o que vem em cima da plataforma “é uma incógnita”.
Perante a incerteza do mercado automóvel, principalmente na Europa Ocidental, o responsável pela Autoeuropa afirmou ser “muito complicado” fazer perspectivas para 2013 porque “quando pensamos que estamos a ver uma luz ao fundo do túnel, aparece uma nova crise”.
Em relação a 2012, a Autoeuropa apresentou quebras na produção de 15% relativamente ao ano anterior, ao passar de 133 100 carros para 112 550 unidades até Dezembro passado. Com esta quebra, o volume de negócios da empresa foi afectado e caiu 13,7%, passando dos 2246 milhões de euros em 2011 para 1940 milhões em 2012.
“Não podemos forçar os clientes a comprar os carros”, afirmou António Melo Pires para justificar a quebra, adiantando que, apesar do revés, a Autoeuropa optou por “não cancelar contratos [de trabalho]”, absorvendo “o excesso de mão-de-obra” enviando trabalhadores para formação e “para outras fábrica na Alemanha”, estando confiante de que, no futuro, “essas pessoas vão ser necessárias”.
O director-geral da fábrica de Palmela fez questão de frisar que “se tudo se mantiver como está hoje”, vai manter a produção de 460 carros por dia até ao final do ano.
Durante a mesma apresentação, O director-geral da Autoeuropa anunciou que a fábrica portuguesa da Volkswagen comprou aos fornecedores nacionais 839 milhões de euros de material para produzir os modelos das marcas Volkswagen e Seat.
Em termos de fornecimento de fábricas em Portugal ao grupo Volkswagen, o responsável da Autoeuropa adiantou que entre 2011 e 2012 o volume de facturação aumentou 178%, passando dos 163 milhões para os 453 milhões de euros, sendo que o número de fornecedores também aumentou de 12 para 14.
Dos 112 550 carros produzidos o ano passado pela fábrica portuguesa, cerca de 98% foram para exportação, dos quais 27,9% para a Alemanha, atingindo uma queda de 16,8% em relação a 2011.
As exportações para a China, que aumentaram 53,7% em relação a 2011, acabaram por compensar parte da queda em todos os mercados para onde vende a Autoeuropa, passando o país asiático a segundo maior cliente da fábrica de Palmela.
Com a excepção da Suíça e da Áustria, todos os outros mercados para onde exporta a fábrica portuguesa tiveram grandes quedas, como os EUA e Canadá (-50,2%), Reino Unido (-32,1%), França (-43%), Espanha (-40,6%).
“Todos os mercados baixaram as suas compras”, afirmou António Melo Pires, aditando que só houve praticamente uma excepção “e essa foi a China”.
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