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De buraco em buraco não há português que aguente

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Chegado o Inverno é fácil constatar que muitas das nossas estradas não estão preparadas para o rigor desta época, e não pudemos culpar (apenas) a Mãe natureza pela falta de investimento na manutenção e qualidade das estradas nacionais, municipais e até mesmo em vários itinerários complementares/principais.

Também pudemos cair no facilitismo de achar que a culpa é toda da Troika, e da situação financeira que o país atravessa, porém eu tenho uma visão diferente e não aceito as desculpas que têm servido para justificar a falta de investimento em inúmeros sectores do estado e no caso particular das estradas nacionais.

Estimado leitor, já reparou com certeza que paga cada vez mais impostos no que diz respeito ao caso concreto do seu(s) automóvel(eis), já que todos os anos aumenta o IUC, o ISV, o preço da inspeção periódica e com a agravante este ano, que os proprietários de automóveis a gasóleo terem que pagar uma taxa adicional no IUC.

E para onde vai o dinheiro resultante de tantos impostos e respetivos aumentos? Para “tapar” outros buracos certamente, e não para tapar as crateras que estão espalhadas pela rede rodoviária nacional, muito menos para campanhas de prevenção rodoviárias.

Suspeito que com tanto investimento em Operações Stop e radares os responsáveis do Governo se tenham esquecido de outros aspetos importantes como os que já referi mais acima.

Existem estudos que comprovam, por muito que tentem oculta-los ou minimizá-los, a existência de muitas estradas nacionais mal construídas, defeituosas, perigosas e com inúmeros pontos negros.

Começaram por deixar de colocar remendos e mais remendos nas estradas, como se de uma manta de retalhos se tratasse, que só pioram a médio e longo prazo era um ótima ideia. É necessário de uma vez por todas acabar com a pavimentação a olho, seletiva, sem anexo e efetuada de forma deficiente, já que muitas dessas intervenções provisórias acabam por se tornar definitivas.

Gostava de ver uma parte significativa dos impostos que se pagam em relação aos nossos meios de transporte seguir o caminho para o qual eles sempre foram destinados, para manter as vias rodoviárias em boas condições, se necessário melhorando as mesmas e claro não esquecendo o tão necessário investimento na prevenção rodoviária, mas não aquela que é atualmente feita, porque os nossos governantes insistem em chamar “prevenção rodoviária” a operações de controlo de velocidade e operações Stop. A sua utilidade é inquestionável, já a sua eficácia na prevenção e é no mínimo questionável. Têm no entanto enriquecido os cofres do Estado sem que se note melhorias significativas nos números da sinistralidade, ou seja o método adoptado não está a resultar.

Por isso era importante que fosse criado um fundo de investimento com esses mesmos impostos com o intuito de proporcionar campanhas de prevenção rodoviária com objetivos claros como baixar os índices de sinistralidade, que teimam em ir ceifando a vida de inúmeros portugueses causando um drama social sem precedentes.

Sugiro campanhas nas escolas junto dos mais jovens, na televisão, nas rádios como já foi feito no passado, atacando o problema desde tenra idade e sensibilizando os mais velhos para o sufrágio dos acidentes nas estradas portuguesas.

Já que temos que pagar (cada vez mais) impostos para circular de automóvel, que os mesmos se destinem à sua função inicial e não para tapar “buracos” de anos e anos devido à má gestão de dinheiros públicos.

Sérgio Gonçalves

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