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Jensen Interceptor – Motor americano, design italiano, produzido em Inglaterra

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Esta “coligação” de características permitiu construir e produzir um automóvel fantástico, com um nome a condizer e que se tornou num ícone.

Essa designação, já tinha sido usada pela marca inglesa para o modelo de 1950 a 1957 porém noutra unidade fabril, na Cartes Green.

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Desportivo com características de GT, este modelo continuou a ser produzido em solo britânico mais concretamente em West Bromwich perto de Birmingham na fábrica Jensen Motors durante o período de 1966 a 1976.

A produção deste modelo era totalmente manufacturada, onde o uso de fibra de vidro foi extensamente usado na produção dos painéis da carroçaria durante quase duas décadas.

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Porém mais tarde os responsáveis da marca optaram por uma carroçaria em ferro, e o design foi entregue a outra empresa italiana especializada em carroçarias, a Carrozzeria Touring.

As linhas da carroçaria tinham clara inspiração no modelo Brasinca Uirapuru, onde sobressai o vidro traseiro curvo de grandes dimensões. A nível de equipamento este modelo contava com vidros eléctricos, bancos frontais reclináveis, volante em madeira, auto-rádio mais duas colunas e relógio. Direcção assistida também fazia parte do equipamento de origem desde 1968.

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As primeiras carroçaria também tinham a assinatura de outra empresa italiana, a Vignale, antes da Jensen começar a construir as suas próprias carroçarias com ligeiras modificações, só depois é que mudaram de novo de fabricante, como referimos anteriormente.

O último país da “coligação” entra para “oferecer” os motores, neste caso a Chrysler. As unidades motrizes (V8) escolhidas possuíam o caracter que os ingleses pretendiam para o Interceptor, muito binário e potência q.b. como se quer num automóvel Gran Turismo.

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A unidade motriz base tinha 6,3 litros de capacidade, acoplado a uma caixa de 3 velocidades automática (caixa de 4 velocidades manual em opção) e autoblocante, que por sua vez transmitia a potência ao solo no eixo traseiro.

Este era o motor escolhido para equipar o modelo em 1970 e debitava qualquer coisa como 330 cavalos. Em 1971 este motor foi modificado para permitir a utilização de gasolina sem chumbo o que “obrigou” a perder alguma potência, passando a debitar 250 cavalos.

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No mesmo ano a marca inglesa também oferecia duas motorizações ainda mais potentes, ambas com 7,2 litros de capacidade ainda que tivessem diferenças entre ambas. Uma tinha apenas um carburador e debitava 305 cavalos, e a outra unidade usava três carburadores diferentes o que lhe permitia alcançar uma potência de 330 cavalos e 664 Nm.

Este último apenas foi produzido em 1971 e ficou conhecido como o motor 440 Six Pak, tinha a particularidade de ter sido o motor mais potente alguma vez oferecido pela Jensen. Apenas 232 Interceptor foram equipados com esta mecânica.

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No ano seguinte em 1972 a motorização Chrysler com três carburadores já não era produzida, e a Jensen acabou por modificar os motores 440, perdendo com isso alguma potência máxima, que neste período era de “apenas” 280 cavalos.

A Chrysler continuou a produzir a versão de 7,2 litros até 1976 ainda que tivesse reduzido significativamente a potência para qualquer coisa como 255 cavalos.
Seja qual for a unidade motriz escolhida, este modelo que pesa na ordem dos 1800 kg consegue performances de bom nível.

Jensen Interceptor

A aceleração de 0 a 100 km/h é cumprida em 6,3 segundos e a velocidade máxima é de 228 Km/h, isto para o modelo com o motor de 7,2 litros.

A segunda fase do modelo foi apresentada em 1969 e possuía algumas alterações no capítulo estético que incluía uma revisão junto dos faróis dianteiros, assim com uma grelha frontal diferente e no pára-choques dianteiro. Para além disto contava com tablier redesenhado e travões de disco ventilados.

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Já na terceira revisão do modelo efectuada em 1971, os técnicos da Jensen dotaram o modelo com uma nova grelha dianteira, diferenças nos faróis, nos pára-choques e jantes de liga leve. No interior também existem diferenças, em particular na adopção de bancos diferentes, entre outras pequenas alterações.

A marca inglesa dividiu as séries do modelo em 71 por três letras, G, H, J de acordo com o ano de produção.

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Mais tarde em 1975 a empresa inglesa teve problemas financeiros devido a recessão económica mundial que ocorreu naquele período, e que levou à falência da empresa Jensen Motors. A produção do modelo Interceptor terminou em 1976.

Ainda assim não foi o fim do modelo, já que mais tarde na década de 80, um grupo de investidores reiniciou a produção do modelo no que seria conhecido como a 4ª geração (S4). Foi produzido em números reduzidos, totalmente manufacturados e com um preço elevado.

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Era praticamente igual à 3ª geração no que concerne à carroçaria e especificações mas que possuía um motor Chrysler com menor capacidade, 5,9 litros (230 cavalos) que mostrava a preocupação em reduzir as emissões Co2 em comparação às gerações anteriores.

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No interior as alterações era mais significativas, com novos bancos desportivos assim como um novo tablier e novos componentes electrónicos.

O então proprietário da Jensen vendeu a companhia em 1990 a uma empresa de engenharia que se esperava ser (mais) uma forte candidata para manter o nome Jensen no mercado automóvel.

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Porém produziram apenas 36 automóveis até 1993, e já quando os planos para a 5ª geração estavam em marcha, uma vez mais, a empresa foi liquidada e deitando por terra as aspirações de uma longa vida da Jensen.

As versões mais “raras” do modelo acabaram por ser a versão cabriolet, introduzida em 1974 com o objectivo de conquistar o mercado americano, apesar de também ter sido comercializada na Europa. Foram produzidas 267 unidades deste modelo.

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Contudo ainda existiu uma versão ainda mais exclusiva e rara, a versão Coupé onde apenas 60 unidades foram produzidas. Estas unidades derivavam da versão “aberta” e também “perdia” o característico vidro traseiro da versão convencional. Este modelo foi produzido em 1975 um ano antes da empresa ter encerrado.

O fim da empresa contudo não encerra a história de um modelo com um nome fantástico, com uma estética apaixonante e uma motorização potente e carismática.

Sérgio Gonçalves

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