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Lotus Elan

Em 1957, a empresa Lotus propriedade de Colin Chapman estava à beira da falência. O sucesso do Elan foi uma das principais razões da Lotus ser hoje uma empresa de sucesso. A leve carroçaria em fibra de vidro montada num chassi com espinha dorsal em aço fornecia um excelente desempenho e uma dinâmica incrível. Mr. Ron Hickman foi o designer do Elan e foi também um ex-funcionário da Corporação Ford.

O Elan foi lançado em Outubro de 1962 no Salão do Automóvel em Inglaterra, causando logo um sucesso imediato. A Jaguar tinha lançado o E-Type no ano anterior, e teve o AC Cobra e Ferrari GTO como referências a seu lado no dia da apresentação. Eram bem maiores em dimensões, mais caros e potentes, eram autênticos Muscle Cars comparados com o pequeno Lotus. O Elan era de facto muito diferente, e essencialmente bebia da história da marca e dos ideais do seu fundador. O Lotus Elan era ultra divertido de conduzir, era moderno e leve, e rápido fruto do seu baixo peso.

Este automóvel resumiu os anos sessenta: a beleza de roadster de dois lugares, descapotável que transmitia a sensação de liberdade. O seu chassi era tecnicamente inovador com uma espinha rígida, uma carroçaria em fibra de vidro, as quatro rodas tinham suspensão independente, 670 kg fazendo deste pequeno automóvel um conquistador. Pois fruto do baixo peso, não só conseguia excelentes performances como conseguia uma condução próxima de uma automóvel de competição.

O Elan trazia luxos que eram uma raridade para a época. Entre esses equipamentos figuravam os vidros eléctricos, tapetes, aquecimento interior e tablier em madeira. Ainda assim, apesar do peso extra destes equipamentos, ainda era leve o suficiente para superar os seus rivais.

O Elan Sprint, era o modelo mais poderoso da gama, foi apresentado em 1973 como alternativa ao Elan “normal”, conseguia atingir os 100km/h em apenas 6,6 segundos, o que até hoje é consideravelmente respeitável, por ser tao rápido. Sendo mesmo mais rápido que muitos automóveis mais potentes do período como o E-Type.

Os seus faróis escamoteáveis chamaram a atenção dos seus admiradores. O lotus Elan era tão famoso que atraiu a atenção na Carnaby Street, onde os Swinging Sixties abraçaram a beleza do seu design . Até mesmo na TV, derrotando vilões e muito elogiado, o Elan chegou mesmo a ser capa de revista com Jimi Hendrix posando sobre o capô, e até inspirou a letra de The Beatles ‘A Day In The Life. Era uma beleza consensual e que conquistou o mundo, a moda e o período que se viveu.

O Elan foi o maior sucesso comercial até esse ponto da Lotus, dando uma vida económica a uma empresa sobrecarregada pela produção do mais exótico, e por sua vez mais caro Lotus Elite. Quatro séries diferentes foram produzidas até 1973, incluindo uma versão coupé. Dezassete mil Lotus Elan foram produzidos, incluindo o Elan 2.

O Elan foi a inspiração do projecto para a criação Mazda MX-5, que foi um dos maiores sucessos de vendas de automóveis desportivos da década de 90, e é claramente o “pai” do Lotus Elise, que tem sido essencial para a Lotus desde 1996 e está já na sua quarta evolução.

O falecido jornalista de automobilismo, LKJ Setright resumiu o Elan, quando, no início de 1960, ele escreveu de forma poética o pequeno carro inglês: “O pacote pode não agradar aqueles que julgam um automóvel pelo fecho de uma porta, a profundidade e qualidade dos estofos ou o peso da pintura, mas para aqueles cuja sensualidade e racionalidade de apreciações do automobilismo oferecem critérios mais relevantes, a Lotus é tanto uma máquina para a condução como uma casa de Le Corbusier é uma máquina para viver “.

Cinquenta anos depois, o Elan nunca saiu de moda.
Mas debrucemo-nos agora um pouco mais na história de ícone inglês. Introduzido pela primeira vez em 1962 como um roadster (Drop Head), um hardtop fazia parte dos opcionais, e era oferecido em 1963 e uma versão coupé (Fixed Head), em 1965.

Foi o primeiro carro da estrada da Lotus a usar o chassis, a sua espinha dorsal de aço, uma tecnologia que continuou até 1995 em todos os carros estrada da Lotus, incluindo a Europa, o Excel e o supercarro Esprit, quando foi substituído por incrível Elise, que usa um chassis em alumínio (colado e não soldado) com uma carroçaria em fibra reforçada.

Também houve um kit disponível para ser montado pelo cliente. Apesar de um kit não ter sido a melhor descrição desses automóveis, estes porém que poderiam ser facilmente montado num fim-de-semana, já que apenas poucos componentes chave tinham que ser acoplado juntos.

O Lotus Elan Sprint era tecnologicamente avançado com um motor de duas árvores de cames, 1558cm3 e 125 cavalos, o Elan “normal” tinha o mesmo motor mas com menos potência, 105 cavalos apenas, (Os primeiros ELAN início em 1962 vinham com um motor 1.5L), travões de disco as 4 rodas e suspensão independente também às 4 rodas.

Espelhando a mudança de estilo de vida do fundador da Lotus, Colin Chapman, um Elan 2 foi introduzido em 1967 com dois bancos traseiros. Estes bancos traseiros eram compactos, mas não significa que eram meramente ocasionais, e não é coincidência que serviam perfeitamente para acomodar a crescente família de Colin.

A produção do Elan terminou em 1972, e da fase 2 terminou dois anos depois. Com um ciclo de produção de 17.392 veículos, a família Elan foi uma das mais bem sucedidas da história da Lotus, superada apenas pelo Elise. Na década de 70, com os sucessos sem precedentes no desporto automóvel por parte Lotus, especialmente na F1, Colin Chapman introduziu novos modelos; o Lotus Esprit agora lendário, o Elite e o Eclat. Levando a Lotus para outro tipo de mercado e clientes, e valorizando a marca, ao introduzir-se com glamour e sofisticação no território dos supercarros.

Sérgio Gonçalves

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