Depois da versão de competição já publicada aqui no Autoblog.pt, e de enumerar os principais feitos e características deste automóvel (desportivo) radical, chegou a altura de falar da versão extremamente exclusiva do CLK-GTR na sua versão de estrada. Um automóvel de competição que por via de uma obrigatória homologação, a Mercedes-Benz teve que construir alguns CLK-GTR de estrada. Os felizes proprietários não só adquiriram um supercarro extremo como compraram uma parte da história e do pedigree da marca.
Mesmo quando a FIA cancelou a classe GT1 em 1999, a Mercedes foi obrigada finalmente a entregar os 25 automóveis de estrada que haviam sido prometidos. O primeiro CLK-GTR de estrada foi construído em 1997 para ir ao encontro aos requisitos iniciais da FIA, mas este automóvel acabou por ficar na posse da própria Mercedes. Os principais 25 CLK-GTRs de estrada, onde cada um foi construído pela AMG na fábrica de Affalterbach entre o inverno de 1998 e o verão de 1999, poucas eram as diferenças para as versões de competição. O que era no mínimo radical e exclusivo, a possibilidade de alguém adquirir e conduzir um verdadeiro automóvel de competição com matrículas, numa qualquer estrada do mundo.
Praticamente todos os 25 CLK-GTRs foram construídos com volante à esquerda, excepto um, que foi especialmente construído para o sultão Hassanal Bolkiah do Brunei.
Obviamente sendo este automóvel um puro-sangue das pistas, o conforto e o refinamento no interior eram obviamente muito reduzidos. A Mercedes-Benz proporcionou aos seus clientes um automóvel radical, uma réplica da competição que tal como nas versões de corridas o conforto e o refinamento é inexistente. São conceitos que não entram no vocabulário da competição. Outra razão para a ausência de equipamentos de conforto ou de um elevado isolamento foi a tentativa para tentar manter o preço o mais baixo quanto possível.
Ainda sendo este automóvel muito radical, não deixava de ser um Mercedes-Benz e como tal o interior tinha um acabamento em pele de série. Outro equipamento de conforto (necessário) foi o ar condicionado. Os lugares de arrumação eram mínimos, mas a marca lá conseguiu engenhar duas pequenas “bagageiras” que foram construídas por baixo de cada porta. Portas essas que abriam para cima, como um verdadeiro automóvel de competição. O controlo de tração também foi adicionado para aumentar a segurança activa, e digamos que necessário para o condutor não sofrer sustos desnecessários, uma vez que a potência era muita.
A estética do CLK-GTR de estrada é muito mais próxima do original CLK-GTR de competição do que do CLK LM, incluindo o potente motor V12 e outros pormenores estilísticos. Porventura a maior diferença foi a asa traseira, uma vez que a versão de estrada usava uma asa ao estilo de um aro integrado, bem diferente da asa de competição que não estava integrada na carroçaria.
Em relação ao Mercedes-Benz CLK de estrada, poucos eram as peças que usava desse mesmo modelo. Apenas a instrumentação, a grelha frontal e os quatro faróis foram retirados do CLK “normal” para o CLK-GTR.
A empresa Ilmor Engineering é que ficou responsável pela preparação do motor, aumentando a capacidade do V12 de 6.0 Litros para 6.9. Este aumento na cilindrada juntamente com a remoção de um restritor de ar obrigatório em competição, permitiu alcançar 612 cavalos de potência e um binário máximo na ordem dos 775 Nm.
Segundo a Mercedes-AMG este bólide conseguia cumprir o arranque de 0-100 km/h em 3,8 segundos e atingia uma velocidade máxima de 320 km/h. O Livro do Guinness dos Recordes registou naquela época o CLK-GTR como o automóvel de produção em série mais caro alguma vez produzido, com um preço de 1.547.620 dólares.
Depois de concluírem a produção dos 20 CLK-GTRs originais, a empresa especialista da AMG, o grupo HWA, que já tinha ajudado na construção do CLK-GTR, começou a produzir a uma versão roadster desse mesmo modelo.
Podendo ser construído através da uma via da modificação de um CLK-GTR já existente, ou até mesmo da construção de um novo chassis com peças suplentes. Estes carros foram modificados de forma a ficarem sem o tejadilho fixo, e as tampas que cobrem os seus motores também são diferentes em relação ao modelo “fechado”.
Também a asa traseira foi substituída por uma asa separada de cor preta, semelhante à versão de competição do CLK-GTR. Outras diferenças que distinguem a versão Roadster da versão coupé, passam por uma grelha frontal diferente, que tinha estrela incluída, símbolo da Mercedes-Benz, ao contrário da estrela em cima do capô como no modelo coupé. Além disto também tinha dois arcos integrando os encostos de cabeça do cockpit, que serviam não só para aumentar a rigideze estrutural, mas também para oferecer protecção em caso de capotamento.
Um total de seis Roadsters CLK-GTR, foram construídos pela empresa H.W.A. Mais também produziram uma segunda variante, conhecida como o Sport CLK-GTR Super. Estes carros eram semelhantes aos CLK-GTRs, e eram motorizados pelo mesmo motor Mercedes-AMG V12 de 7.3 Litros que equipou anos mais tarde o Pagani Zonda. Mecânica essa que produzia 664 cavalos de potência e um binário de 786 Nm.
Esta versão também foi equipada com um spoiler dianteiro adicional que melhorava a estabilidade em velocidades mais elevadas. Apenas 2 destes modelos foram construídos com o motor 7.3. No total, 26 CLK-GTR na sua versão de estrada foram construídos. Destes, 20 são coupés e seis são roadsters.
Era uma versão de homologação, mas era a forma mais próxima de conduzir um veículo puro de competição. E a Mercedes-Benz criou um automóvel extremo para condutores que procuram as mesmas sensações da competição em pista mas sem a necessidade de ter uma licença e uma equipa oficial. Radical, exclusivo e caro o CLK-GTR é por si só uma referência. São autênticos “objectos” de colecção mas que permitem sensações só encontradas nas pistas, mas numa qualquer estrada normal.
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