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Mercedes-Benz E300 AMG Hammer

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Na década de oitenta, mais concretamente em 1984 se houvesse alguém suficientemente abastado em termos monetários e quisesse adquirir um automóvel de luxo, potente e exclusivo a escolha (óbvia) iria inevitavelmente para a BMW (possivelmente para um M5), para a Audi, ou então esse potencial cliente optaria pelas marcas estabelecidas de superdesportivos italianas, que já produziam automóveis como o Ferrari Testarossa ou o Lamborghini Countach.

Ainda que todas estas opções fossem válidas, para muitos não eram suficientemente exclusivas, e é aí que começa a história do modelo aqui esmiuçado.

Tendo por base a plataforma W124, ou seja uma berlina de luxo da Mercedes, com linhas retas, um design “tipicamente” alemão, simples e fluido, que lhe proporcionava classe e distinção e masculinidade.

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A marca AMG presente nos automóveis da marca alemã era muito conservadora e discreta nos anos oitenta, mas isto proporcionava automóveis com espaço, conforto, luxo e outros atributos que ocultavam (“lobo em pele de cordeiro”) um automóvel potente e veloz como é o caso do Hammer.

Mas voltando um pouco atrás na história, quando a Mercedes substituiu a plataforma W123 pela W124 em 1984, o motor mais potente na gama era um 3,0 litros, 6 cilindros em linha que dava vida ao 300E.

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Não foi preciso muito tempo para que várias empresas de tuning, começassem a desenvolver esta motorização para obter mais potência, de qualquer forma possível e até mesmo alterações e personalização a nível da carroçaria.

Prova disso foi a criação por parte da empresa SGS, de um W124 E300 convertido para duas portas apenas.

A Schulz Tuning por outro lado “esticou” a carroçaria para tornar o modelo numa limusine de 6 portas.

E claro a AMG fez o que faz melhor, ou seja deu mais potência ao E300, assim como vários elementos estéticos, competências dinâmicas, que o tornaram inconfundível e único, numa combinação perfeita entre potência e design.

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E as opções oferecidas pela AMG passavam por inúmeros acessórios cosméticos (uma carroçaria alargada dava enorme presença visual) e outros tantos para melhor a performance do chassis, motor e segurança.

Mas sem dúvida que a alteração mais espetacular foi o transplante de motorização, ou seja, o 6 cilindros em linha deu lugar a um motor V8 que equipava a plataforma W126 mais concretamente o Classe S.

Ainda assim a AMG não se ficou só pela troca de motor, já que meteu mãos à obra e melhoraram o grande V8, dando-lhe mais cubicagem e como tal passou de 5,0 para 5,4 Litros.

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Esta motorização tinha 32 válvulas (DOHC) e faz parte do catálogo dos W126 da primeira geração.

Recorde-se que o motor de 5,0 de litros original debitava 340 cavalos de potência, com o incremento de cilindrada para os 5400cc passou a debitar 355 cavalos de potência.

Já os motores AMG de 5,6 Litros tinham 360 cavalos de potência o que representava um aumento de 60 cavalos em relação às unidades convencionais como a mesma cilindrada, mas que não tinham a “marca” AMG.

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Por fim a potência dos motores AMG de 6,0 litros era de 385 cavalos de potência. Isto permitiu a vários Mercedes E300 de quarto portas estabeleceram inúmeros recordes de velocidade máxima naquele tempo, já que muitos passavam a mítica barreira dos 300 km/h, algo inimaginável nos anos oitenta, em especial para berlinas “familiares”, e que ainda hoje é realmente notável pois muitas berlinas dos dias de hoje não conseguem tamanha faceta.

Estas modificações foram introduzidas pela primeira vez em 1986 e a partir de 1987, todas as unidades de 5,0 litros da primeira geração foram substituídos pela versão de 5,6 Litros da segunda geração do W126, que equipavam tanto o 560SE/SEL como o 560SEC.

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Mas mesmo a unidade motriz de 5,6 litros podia ser deixada “original” como poderia ver uma vez mais ser incrementada mais cubicagem, desta feita para os 6,0 litros.

Fosse como fosse, todos os W124 V8 AMG ficaram com a alcunha de Hammer, que combinava perfeitamente com o automóvel em questão.

Mas olhemos mais em pormenor para a versão mais potente do E300 AMG Hammer equipado com o motor V8 (DOHC) com 6,0 litros de capacidade, 385 cavalos de potência e 566 Nm de binário máximo.

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A potência é transmitida ao solo através de uma caixa de velocidades automática com 4 relações, que conta ainda com um diferencial traseiro reforçado e autoblocante.

Segundo dados oficiais de marca alemã, este modelo alcançava os 100 km/h em 5,4 segundos, cumpria os 400 metros em 13,5 segundos e atingia uma velocidade máxima de 300 km/h.

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A suspensão AMG neste modelo contém molas mais curtas, amortecedores mais desportivos em dureza, e as jantes de 17 polegadas eram equipadas com pneus Pirelli P700, 215/45 no eixo da frente e 235/45 no eixo traseiro completavam o lote.

Em termos aerodinâmicos este modelo foi ligeiramente melhorado para permitir um valor de coeficiente baixo (0,25cx), e para isso os engenheiros colocaram uma proteção plana por baixo do motor, saias laterais e um aileron traseiro embutido na mala.

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O preço da versão mais potente naquela época era de 175.000 dólares, um valor que espelha a exclusividade deste modelo.

Chris Harris, conhecido apresentador do canal Drive, teve uma oportunidade de testar este imponente automóvel, dê uma vista de olhos no vídeo mais abaixo.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=2MzqNn8kJqQ[/youtube]
Sérgio Gonçalves

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