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Metro 6R4

Este pequeno mas potente automóvel foi criado para a famosa categoria do Mundial de Ralis, o eterno Grupo B. O MG 6R4 tinha tracção às 4 rodas e uma configuração de motor central. O seu nome significava 6-cilindros, o “R” era automóvel de Rali e por fim o número 4 era como já referido, quatro rodas motrizes.

O Metro de 1984 não foi nem de perto nem de longe um grande sucesso comercial entre os automóveis citadinos na sua época. E se compararmos a versão civil com a versão de competição eram muito poucas as semelhanças em termos de design. O carro de competição apenas partilhava o nome com Metro de produção em série, uma vez que apresentava um motor montado em posição central e possuía uma transmissão com quatro rodas motrizes. O seu chassis era uma estrutura tubular soldada não só para proteger os seus ocupantes como para aumentar significativamente a rigidez do pequeno automóvel. O desenvolvimento deste veículo tinha sido confiado a empresa: Williams Grand Prix Engineering.

O automóvel que resultou desse ambicioso projecto, foi mostrado ao mundo em Maio de 1985. Este automóvel era movido por uma mecânica projectada por David Wood. Um motor de 6 cilindros em V com 3 litros de capacidade que usou parte da arquitectura do motor do Cosworth DFV.

Este motor estava equipado com árvores de cames duplas e quatro válvulas por cilindro. O motor foi uma ruptura com o pré-estabelecido, já que não usava a sobrealimentação como a maioria dos seus concorrentes. O motor foi montado de trás para a frente no carro, com a extremidade da frente do mecanismo voltada para a mala e a caixa de velocidades ligada convencionalmente por trás dele e, portanto, no centro do veículo.

A tracção nas quatro rodas, era permanente, e utilizava veios separados para os diferenciais dianteiro e traseiro. O diferencial traseiro foi montado ao lado do cárter do motor, com um veio que atravessava o cárter do lado mais próximo da roda traseira.

Grande parte da carroçaria exterior era feita em fibra de vidro, com a única excepção nos painéis do tejadilho (que eram de alumínio) e as portas de aço. Estes eram, no entanto, ocultadas caixas de ar em plástico. Actualmente os modelos de ralis têm autocolantes, que demonstram onde é seguro para empurrar a partir do momento em que é necessário colocar o veículo em movimento sem a ajuda do motor, de modo a não danificar a carroçaria.

Os 6R4 apareceram em duas especificações. Houve um modelo chamado Clubman, que era a versão de estrada, que desenvolvia qualquer coisa como 250 cavalos de potência, dos quais cerca de 200 unidades foram feitas e vendidas ao público por 40.000 libras (a versão homologação). Depois houve 20 unidades adicionais que foram construídos de acordo com as especificações internacionais que tinham um recorde em termos de potência declarada, com mais de 410 cavalos de potência máxima.

No seu lançamento, em 1985, a Rover anunciou que iria completar o número essencial de veículos necessários para a homologação em Novembro do mesmo ano. Todo esse processo foi realizado nas instalações do grupo, numa zona de fabricação enorme em Longbridge.

O 6R4 fez a sua estreia em competição no Lombard Rac Rally (Rali de Inglaterra) em Novembro de 1985, e um desses modelos, conduzido pelo piloto de fábrica Tony Pond, terminou em 3º uma posição altamente respeitável, atrás de dois Lancia Delta S4.

Este bom começo não foi, infelizmente, repetido, e apesar de um 6R4 ter sido inscrito em ralis importantes como Monte Carlo, Suécia, Portugal e Córsega durante a temporada de 1986, nenhum dos Metros conseguiu concluir alguma dessas provas. A maioria desses problemas estavam relacionados com o motor V6 que tinha inúmeros problemas de fiabilidade.

A meio da temporada de 1986, o Grupo B foi proibido (após uma série de acidentes fatais em que ambos os pilotos e espectadores perderam as suas vidas). A partir deste ponto, os 6R4 iriam sempre ver as suas prestações serem limitadas em competição, afastando-as assim da linha de frente, apesar de terem corrido com algum sucesso (limitado) no resto do ano.

Um número destes automóveis passaram para mãos privadas e provaram ser um formidável bólide de Ralicross, como outros exemplos de carros Grupo B. Apesar do fim do período de homologação do 6R4, o organismo MSA ainda permitiu que os carros participassem em competição, embora cilindradas tivessem sido limitadas a 2800cm3 e 2500cm3 respectivamente.

A Austin Rover retirou-se de cena dos ralis no final da temporada, mas em 1987 todas as peças e motores foram vendidos a Tom Walkinshaw Racing. Depois o fantástico motor V6 reapareceu sob o capot do Jaguar XJ220, desta vez com dois turbocompressores acoplados e uma cilindrada de 3500cm3.

O Metro 6R4 é um pequeno automóvel com características únicas. Como outros modelos da mesma geração nunca se conseguiu impor perante os adversários mais directos. Porém o seu aspecto compacto e a sua ousadia mecânica tornaram este automóvel num sério concorrente noutras modalidades motorizadas. Um clássico eterno que desperta imensa curiosidade aos amantes dos automóveis.

Sérgio Gonçalves

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