Provavelmente já ouviu falar deste tema, e se calhar até tem interesse em certificar o seu automóvel clássico de forma a valorizar e de beneficiar com esta certificação. E poderá fazê-lo em Portugal através de duas identidades públicas diferentes: O Museu do Caramulo, através da Fundação Abel e João de Lacerda ou através do Automóvel Clube de Portugal (ACP). Existem inúmeras vantagens em certificar o seu automóvel antigo e esperamos esclarece-las neste artigo, assim como onde o pode fazer, e os custos dessa operação.
Museu do Caramulo
A experiência de mais de 50 anos em veículos clássicos, do Museu do Caramulo e respectiva Fundação Abel e João de Lacerda, permite que seja considerada uma entidade oficialmente reconhecida, através da Portaria 1101/94 para Certificar Viaturas de Interesse Histórico.
E o que é o Certificado?
O Certificado atesta a qualidade da respectiva viatura como tendo Interesse Histórico e permite o reconhecimento da mesma como Clássico ou Futuro Clássico, nomeadamente junto das seguradoras em caso de conflito, podendo ser usada também para a circulação nas cidades com Zonas de Emissões Reduzidas. Ou seja não só em caso de acidente beneficiará com esta certificação como numa utilização em cidade e em zonas de emissões reduzidas como é o caso de algumas zonas em Lisboa. Também permite uma maior valorização do seu veículo numa posterior venda.
Outro aspecto que convém ser realçado é que de acordo com o Despacho 10298/2001, as viaturas certificadas com data de fabrico até 31 de Dezembro de 1959, ficam isentas de Inspecção Periódica Obrigatória. Ou seja mais uma poupança directa no seu bolso, caso a sua viatura seja anterior a 1960.
As certificações podem ser feitas no Museu do Caramulo ou noutros locais, sob a respectiva marcação prévia.
Informamos aqui o custo desta operação:
Motos – €50,00
Veículos Ligeiros – €75,00
Veículos Pesados – €90,00
Futuros Clássicos – €45,00
Amigos do Museu – €65,00
Existe ainda a possibilidade de realizar protocolos com Clubes.
Para o leitor é importante que saiba para além das vantagens e dos preços, quais são os critérios de avaliação neste processo. Já de seguida os parâmetros necessários exigidos.
Pontos a verificar nas Certificações:
Carroçaria – Não deverá ter alterações. Deverá estar bem cuidada, sem pontos de ferrugem nem amolgadelas. A pintura, os cromados, as borrachas e os vidros deverão estar em bom estado, sem riscos e de cor uniforme.
Capota – Nos veículos transformáveis, as capotas deverão estar perfeitamente funcionais e sem apresentar rasgões ou qualquer outro tipo de deterioração.
Estofos – Os estofos e interiores forrados, deverão estar em bom estado de conservação, sem rasgões e de materiais de acordo com o modelo.
Instrumentos – Os instrumentos deverão ser originais, em bom estado de funcionamento e de conservação (limpeza interior).
Limpa Vidros – Todo o sistema deverá estar em perfeito estado de funcionamento e as escovas com capacidade de remoção da água do vidro.
Iluminação – Os faróis e farolins deverão ser da época do veículo, de marca adequada, em perfeito estado de funcionamento e iguais entre si quando em pares. No caso dos veículos mais antigos, poderão ser montados “piscas” suplementares, desde que não danificando a estrutura do veiculo.
Chassis – O chassis deverá apresentar-se limpo e estar bem conservado.
Suspensão – O sistema de suspensão deverá funcionar correctamente e ser original.
Rodados – Poderão ser montadas jantes especiais, desde que sejam de época. (Ex. Jantes Minilite). As jantes deverão estar em boas condições, com os respectivos tampões, quando for o caso, os pneus deverão ser de acordo com a medida dos documentos e deverão ser iguais entre si, em termos de medida e marca.
Direcção – O volante deverá ser o original ou extra de época e não poderão existir folgas.
Travões – Os travões deverão estar em perfeito estado de funcionamento e eficiência.
Motor – O motor deverá estar em boas condições, limpo, sem fugas de óleo, sem ruídos excessivos e sem emissões de fumo exageradas.
Sistema de Combustível – O sistema de combustível deverá ser o original.
Transmissão – A transmissão deverá apresentar-se limpa, lubrificada e bem conservada.
Sistema Eléctrico – O sistema eléctrico deverá ser o original.
Diversos – Todos os extras inseridos na viatura, como sejam rádios, faróis suplementares, antenas, etc, deverão ser de época.
Portanto leia com atenção todos estes pontos e verifique se o seu automóvel cumpre com todos. Se porventura houver alguma espécie de dúvida sobre o estado e condição do veículo poderão ser solicitados elementos adicionais que esclareçam as dúvidas.
Se tiver dúvidas ou quiser mais informações, ou se quiser efectuar a sua marcação, pode contactar esta entidade através do email certificacoes@museu-caramulo.net ou do número 916 399 994. Também está disponível a linha verde: 800 20 30 80 ou a página: www.museu-caramulo.net
Automóvel Clube de Portugal
No ACP o processo é muito idêntico, e é sobre a mesma regra e com o mesmo objectivo, ou seja a Certificação de Viatura de Interesse Histórico é um processo que atesta a qualidade do Automóvel/Moto Clássico.
Como já referimos o ACP Clássicos é a outra entidade reconhecida oficialmente para poder Certificar Viaturas de Interesse Histórico. As Certificações emitidas pelo ACP Clássicos têm por base o Despacho nº 10 298/2001 (2ª Série).
Em termos de marcações o ACP Clássicos efectua estas Certificações em todo o território nacional de acordo com o calendário que irá sendo publicado na Revista do ACP e no respectivo site do clube. Se quiser agendar uma Certificação, poderá entrar em contacto com o ACP Clássicos enviando um email para certificacoes@acp.pt ou através do telefone 21 318 01 69, indicando o local pretendido, a data pretendida, a marca do automóvel, o modelo, o ano a matrícula, o numero de Sócio ACP e ACP Clássicos, o email e o respectivo número de telefone.
Em termos de custos e validades a Certificação tem um custo unitário de 50 Euros e conta com uma validade de acordo com as seguintes datas:
Até 1918 – 10 anos
De 1919 a 1945 – 8 anos
De 1946 a 1959 – 6 anos
Após 1960 – 4 anos
Os pontos a verificar neste processo são os mesmos já apresentados acima no artigo assim como os prazos de validade da certificação, e servem para ambas as instituições. Portanto se tem um clássico dentro das condições acima descritas será provavelmente uma excelente altura para o valorizar com este tipo de certificado. As vantagens são por demais evidentes e os custos são reduzidos.
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viva,
Um artigo valido e que me ajudou a encontrar uma forma de certificar o meu clássico.
obrigado
O meu carro é 1993 e tem malecas mas como circula com tudo em dia ,a família devido ao gasto de centenas em euros decidiu não mandar abater e sim guardar como relíquia. No entanto a burocracia não aceita a baixa da matrícula se não for abatido ou, então terá de ficar confinado a um recinto do proprietário durante 5 anos e, provavelmente viver de renovações. E esta regra nasceu com a Pandemia e o carro não serve para ser um clássico . Creio que isto é completamente injusto ou, talvez um crime, pois se a viatura é para ficar como se fosse uma peça de museu e considerando que já paga impostos demais , considerando que a inspeção nem existia em Portugal e é um caso para nos roubarem por variados motivos se a viatura não estiver segundo certos regulamentos, então o porquê de ter de mandar abater a viatura que não circula mais !!!!
Solicito ajuda para certificar VW caroucha do ano 1959,como posso fazer para saber se a minha viaqtura está em conformidade com a certificação.Muito obrigado
Terá que recorrer aos entidades oficiais para esse processo.
É possível obter certificado de clássico nos Açores?
Até prova do contrário a certificação é feita apenas no continente nas entidades descritas no artigo.
gostaria de tornar o meu Rover 213SE de 1988 num carro clássico como fazer sff
Está tudo no artigo, é só contactar as entidades para o processo.