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Porsche 911 GT1

O Porsche 911 GT1 foi um automóvel projectado para a competição, em particular para a classe GT1 das corridas de GTs, o que também exigiu uma versão legal de estrada para fins de homologação. A versão de produção limitada do 911 GT1 foi rotulada como Straßenversion (versão de estrada). Este modelo era a possibilidade de conduzir uma versão radical numa qualquer estrada, de forma legal e com as qualidades de um carro projectado para ganhar a todo o custo.

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Com o renascimento das corridas internacionais de automóveis, em meados da década de 90, com o campeonato BPR Global GT Series (que então se transformou no campeonato FIA GT Championship), a Porsche manifestou o interesse em voltar para as corridas de alto nível desportivo e iniciou o desenvolvimento da sua própria “arma” para a categoria GT1.

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Os automóveis nesta categoria eram versões fortemente modificadas de automóveis de estrada, geralmente supercarros como o Mclaren F1 ou o Ferrari F40, mas quando o 911 GT1 foi revelado ao mundo em 1996, a Porsche tinha explorado ao máximo o livro de regras do campeonato e surpreendeu o mundo. Em vez de desenvolver uma versão de competição de um dos seus modelos de estrada, o que foi efectivamente criado, foi um protótipo desportivo pronto para a competição. Além do mais tinha de cumprir com os regulamentos existentes na altura e criou uma versão civil que estava homologada para circular na estrada, ou seja o 911 GT1 Straßenversion era literalmente um carro de competição que se podia conduzir em qualquer lado.

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Os regulamentos da categoria GT1 estipulavam que, para ser elegível, as marcas deviam construir um total de 25 carros de estrada. O motor era ligeiramente menos potente, para passar na regulamentação das leis europeias em relação a emissões. Ainda assim os 544 cavalos, e o baixo peso na ordem dos 1.150 kg, provaram ser mais do que suficientes para atingir níveis de performance excepcionais. O GT1 civil acelerava de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e atingia uma velocidade máxima de 308 km/h.

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Apesar do seu nome incluir o número 911, o carro na verdade tinha muito pouco em comum com o 911 do seu tempo, no entanto o seu chassi frontal era partilhado com o 911 (993), enquanto que a parte traseira do carro era uma derivação do Porsche 962, incluindo o seu motor refrigerado a água com 4 válvulas por cilindro, twin-turbo e intercooler, de seis cilindros boxer que foi montado numa posição central, em comparação com o layout do motor traseiro de um 911 convencional. O motor debitava cerca de 600 cavalos. Em comparação com a geração do 993 GT2, um modelo de alta performance também usado em competição pela marca, esse usava um motor refrigerado a ar, com apenas duas válvulas por cilindro.

O Porsche GT1 conseguiu logo um grande sucesso em Le Mans, vencendo a classe GT1 na sua corrida de estreia, embora tenha perdido a vitória à geral para o protótipo da Joest Racing, o Porsche WSC-95. Ainda assim foi mais um sucesso na medida em que este veículo usava um motor Porsche.

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O GT1 fez a sua estreia no BPR Global GT Series (antecessor do campeonato FIA) na prova de 4 horas em Brands Hatch, onde Hans-Joachim Stuck e Thierry Boutsen venceram confortavelmente, embora estes estivessem a participar apenas como convidados e portanto, não contavam para a pontuação. Depois acabaram por ganhar em Spa, e Ralph Kelleners e Emmanuel Collard triunfaram para a equipa de fábrica em Zhuhai.

O GT1 de 96 tinha cerca de 600 cavalos e foi cronometrado a uma velocidade máxima de 330 km/h na lendária recta Mulsanne nas sessões de treinos da prova das 24 horas Le Mans em 1996.

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Em 1997, o novo Mercedes-Benz CLK-GTR foi bem-sucedido no novo Campeonato FIA GT, que substituiu o BPR, pois este modelo também tinha sido desenvolvido especificamente para as corridas de GTs. Porem a Mercedes não entrou logo em Le Mans com seu novo carro. A Porsche não provou ser suficientemente rápida na série FIA, e não conseguiu vencer nenhuma corrida, primeiro contra o temível McLaren F1 GTR, e depois contra o novo CLK-GTR.

No fim do campeonato em 96, a marca alemã efectuou algumas alterações no 911 GT1 a fim de preparar antecipadamente a temporada de 97. A superfície frontal do carro foi revista, incluindo uma nova carroçaria, que contou com novos faróis, visualmente parecidos com a geração totalmente nova do 911 (996) civil da Porsche, que foi lançado em 1997.

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A nova versão ficou conhecida como o 911 GT1 Evo (ou evolução). Em termos de potência este novo GT1 tinha o mesmo motor turbo com 600 cavalos, mas com uma nova aerodinâmica que permitiu que o carro fosse consideravelmente mais rápido do que o modelo de 96. A aceleração também era melhor, embora a velocidade máxima rodasse ainda cerca de 330 km/h no circuito de La Sarthe. No entanto, esta evolução provou ser pouco fiável em corrida e não conseguiu alcançar os primeiros lugares. Um GT1 de uma equipa privada conseguiu ser apenas 5º na classificação geral e terceiro na sua classe, mas foi derrotado pelos Mclaren F1 GTR.

1996 Porsche 911 GT1 (993) Road car

Para a temporada de 98, a Porsche desenvolveu um carro totalmente novo, o 911 GT1-98. Concebido para se bater de igual para igual com o também novo Toyota GT-One e o Mercedes-Benz CLK-GTR. O 911 GT1-98 possuía uma carroçaria que tinha mais semelhanças com os tradicionais protótipos desportivos desta competição, do que os anteriores dois modelos. Outra alteração importante da marca, foi a adopção por uma caixa sequencial. Conforme os regulamentos obrigavam, uma vez mais foi produzida uma versão de estrada do 911 GT1-98.

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Durante a temporada do campeonato Internacional FIA GT em 1998, o 911 GT1-98 esforçou-se com dificuldade para acompanhar o ritmo da Mercedes, que também tinham sido melhorados. A principal razão dessa dificuldade em acompanhar os carros da Mercedes, eram as novas regras que obrigaram os motores com turbo a usar um restritor na admissão. Obviamente essa situação foi extremamente desfavorável para o motor turbo da Porsche (o motor do Mercedes era atmosférico). Os pneus Michelin da equipa de fábrica e, especialmente, os pneus Pirelli da equipa privada Zakspeed também foram considerados inferiores aos Bridgestone que equipavam os Mercedes.

No ano de 1998, na corrida de Le Mans no entanto, a história foi diferente. Os Bmw V12 LM retiraram-se com problemas nos rolamentos das rodas, e os Mercedes CLK-LM tiveram problemas nas bombas de gasolina nos novos motores V8 que substituíram os antigos V12. O Toyota GT-One, que foi considerado o carro mais rápido, também sofreu problemas de transmissão.

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O 911 GT1-98, apesar de ser mais lento do que os modelos da Toyota ou da Mercedes, cumpriu com as esperanças da Porsche, tendo sido ambos primeiro e segundo lugar graças a fiabilidade geral dos seus carros, dando à Porsche o recorde de 16 vitórias à geral em Le Mans, mais do que qualquer outro fabricante na história da emblemática prova.

Na prova Petit Le Mans, em Road Atlanta, o 911 GT1 ’98 de Yannick Dalmas fez uma cambalhota espectacular para trás em pleno ar, e caiu com a traseira do carro no chão antes de bater nas barreiras laterais. Algo que já tinha sido visto anteriormente como fez o BMW V12 LMR na mesma corrida em 2000, e também o Mercedes -Benz CLK-LM em Le Mans em 1999.

1996 Porsche 911 GT1 (993) Road car

O ’98 GT1 possuía maior downforce do que nos dois anos anteriores, o que reduziu a sua velocidade máxima em corrida para 310 km/h. No entanto, nas 24 Horas de Le Mans o carro atingiu os 330 km/h na recta Mulsanne numa configuração com menos carga aerodinâmica.
A Mercedes dominou o campeonato FIA GT1 em 1998, mas em 1999 todas as outras equipas oficiais retiraram-se. A classe GT1 foi cancelada, e o Campeonato de FIA GT foi posteriormente a isto, disputado com carros de GT2. A Porsche poderia ter entrado de novo na prova, mas optou por não tentar defender a vitória alcançada em 1998.

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A história do GT1 não ficou encerrada, pois uma equipa americana chamada Champion Racing participou com um 911 GT1 Evo, na corrida American Le Mans Series, mas só foi autorizado a fazê-lo entrando de classe LMP (Le Mans Protótipos), onde o GT1 provou não ser competitivo contra os verdadeiros protótipos, como o BMW V12 LMR.

A Porsche e os seus 16 títulos na prova de resistência mais famosa do mundo, foram escritos também por este magnifico automóvel. Um veículo radical que proporcionava aos seus proprietários a oportunidade de conduzir numa qualquer estrada, um automóvel campeão e tão extremista como o GT1.

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Sérgio Gonçalves

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