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Porsche Carrera GT

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O Porsche Carrera GT (projecto com nome de código 980) foi um automóvel desportivo com motor central fabricado pela Porsche em Leipzig na Alemanha, entre 2004 e 2007. Com notável reconhecimento e sucesso internacional, a revista Sports Car International nomeou o Carrera GT, como o número um na sua lista de melhores automóveis desportivos da década de 2000. E o CGT conseguiu também o 8º lugar também na mesma categoria mas desta vez numa classificação pela revista Time.

Os primeiros passos do Carrera GT começaram no desenvolvimento do 911 GT1 e dos automóveis de competição LMP1. Devido em parte à FIA e a ACO, que com as mudanças de regras em 1998, culminaram com o fim de ambos os projectos. A Porsche nessa altura, tinha planeado um novo protótipo de Le Mans em 1999. O carro foi inicialmente projectado para usar um motor de 6 cilindros boxer com turbocompressor, porém mais tarde foi redesenhado para usar um motor V10 completamente novo, empurrando o projecto de volta para conclusão prevista em 2000.

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O V10 era uma unidade motriz, construída secretamente pela Porsche para a equipa de F1 Footwork em 1992, mas essas intenções não chegaram a ver a luz do dia e o projecto foi arquivado. O motor foi ressuscitado para o protótipo de Le Mans, e os engenheiros da Porsche aumentaram a capacidade do motor para 5,7 litros. O projecto foi cancelado depois de dois dias de testes para o primeiro carro, em meados de 1999, principalmente devido à vontade da Porsche em construir o SUV Cayenne, e com isso requerer o envolvimento da Volkswagen e da Audi, exigindo assim os conhecimentos de engenharia e a mão-de-obra, que seriam adquiridos directamente do departamento de competição. Também nessa altura surgiram rumores especulativos que o presidente do grupo VW, Ferdinand Piëch, queria um novo protótipo Audi para competir nas 24 Horas de Le Mans. Esse modelo seria o Audi R8 e o mesmo não poderia enfrentar a concorrência directa de Porsche em 2004.

A Porsche fez a sua parte. Para manter o projecto vivo usando o 5,5 L V10 do protótipo, montado num concept que foi exibido no Salão de Genebra em 2000, com o objectivo principal de chamar a atenção para a sua exibição. O interesse surpreendente no veículo e um grande fluxo de receitas previstas do Porsche Cayenne ajudou a decidir pela intenção de produzir CGT. O desenvolvimento iniciou-se em seguida numa versão de estrada que seria produzida em pequenas quantidades na nova fábrica da Porsche em Leipzig.

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A Porsche começou um ciclo de produção de Carrera GTs em 2004, enviando as unidades com um preço sugerido de 440.000 dólares. O primeiro Carrera GT foi colocado à venda nos EUA em 31 de Janeiro de 2004.

Originalmente foi planeado uma produção de cerca de 1500 CGT. Mas a Porsche anunciou em Agosto de 2005 que não iria continuar a produção do Carrera GT até 2006 como estava previsto. Esta interrupção deveu-se a mudanças nos regulamentos de segurança nos EUA, e a razão principal eram os airbag que não se encontravam em conformidade com os novos regulamentos. Até ao dia 6 de Maio de 2006, apenas 1270 CGT dos 1500 previstos tinham sido fabricados, com 604 unidades vendidas nos Estados Unidos.

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O Carrera GT é alimentado por um motor V10 5,7 litros com lubrificação por cárter seco, que produz 612 cavalos de potência, enquanto o concept original apresentava uma versão 5,5 litros do V10 com “apenas” 558 cavalos de potência máxima. A Porsche reivindicava uma aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos e uma velocidade máxima de 330 km/h. Porém em vários testes de estrada indicavam que, na realidade, o CGT pode acelerar de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos e atingir os 160 km/h em apenas 6,8 segundos. Valores notáveis tendo em conta que este superdesportivo não contava com as novas caixas automáticas PDK ou com algum dispositivo que permitisse um melhor aproveitamento no arranque como o Launch Control. Porém contava com sistema de controlo de tracção (ASR), bastante útil para condutores menos experientes em condições de fraca aderência.

A tradicional transmissão manual de seis velocidades era a única transmissão disponível. Em anexo a esta caixa de velocidades estava o manípulo, num material de certa forma invulgar, a madeira, que era nada mais, nada menos, que uma homenagem ao punho feito do mesmo material usado no Porsche 917 de competição. No seu segundo ano de produção, uma edição limitada do manípulo em de fibra de carbono também foi disponibilizada.

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A carroçaria, o chassi e os apoios de motor eram fabricados em plásticos reforçado a fibra de carbono, o que não só tornava o CGT mais leve e mais rígido do que qualquer Porsche da época. Estes chassis eram produzidos e montados pela ATR Composites Group em Itália. O seu peso total era inferior aos 1400 kg.

O Carrera GT podia ser encomendado com cinco cores diferentes na sua carroçaria. Cores que incluíam; vermelho, amarelo, preto, prata e cinza. As cores personalizadas também estavam disponíveis sob encomenda.

O spoiler do Carrera GT eleva-se quando o carro atinge cerca de 110 km/h por hora e equilibra o fluxo de ar, que por sua vez causa menos arrasto. O Carrera GT possui um radiador cerca de cinco vezes maior em tamanho do que é usado num 911 Turbo. A suspensão dianteira e traseira consistem em amortecimento pushrod (derivado da competição) e barras anti- rolamento.

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O Carrera GT tem grandes entradas de ar laterais que ajudam a refrigerar o enorme motor V10 que se encontra emoldurado pela mala traseira em fibra de carbono.

No CGT os discos de cerâmica de grandes dimensões, com um diâmetro de 380mm, são accionados por pinças de seis êmbolos que permitem valores de desaceleração na ordem dos 12,5 m/s. As jantes são de 19 polegadas na frente e 20 polegadas na traseira.

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O interior contava com backets em pele. Apesar de espartano, o interior do CGT podia ser equipado com sistema de áudio da marca Bose e sistema de navegação, apenas disponíveis como opcionais. Como já é tradição na Porsche, a ignição é à esquerda do volante. Esta colocação remonta aos primeiros dias das corridas das 24 de Le Mans quando os pilotos foram obrigados a iniciar a prova fora dos seus carros e a correr para eles, para os colocar a trabalhar e começar a corrida. A colocação da ignição permitia ao piloto ligar o carro com a mão esquerda e colocá-lo em marcha com a direita. Algo que se mantém até aos dias de hoje em todos os automóveis da marca alemã.

Um automóvel notável, elegante e cheio de carisma. O som do seu V10 é viciante e torna este Porsche num automóvel único.

Sérgio Gonçalves

1 Comments

  1. Carlos

    Para mim é de longe o melhor Porsche de sempre seguido dos GT3 RS 4.0, Tem tudo o k se pode crer num carro…. Visualmente apelativo, caixa manual… e um V10 com som de F1… e sendo Alemão .. construção rigorosa.. 🙂

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