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Renault Espace

A Renault Espace é um monovolume que marcou a indústria automóvel. Com 4 gerações diferentes, a Espace esteve até para ser vendida com a marca Talbot. Contudo saiu com o símbolo da Renault, embora as primeiras gerações tivessem sido fabricadas pela Matra.

A Renault Espace é considerada o primeiro monovolume da história. Foi desenvolvida na década de 70 pelo designer Inglês Fergus Pollock. Em 1978 a Chrysler e a Simca, para quem trabalhava Pollock foram vendidas ao grupo PSA e consequentemente este projecto. No entanto o grupo PSA decidiu que a Espace tinha um design muito ousado e um custo de produção bastante elevado e o projecto acabou por ir parar às mãos da Renault.

Depois de iniciada a comercialização, o projecto foi colocado em causa. Nove unidades vendidas no final do primeiro mês de comercialização… A Renault questionava-se se não seria esse o preço a pagar por tanta ousadia. Tardou-se dois anos até a comercialização da Renault Espace se tornar rentável e só em 1988 é que a popularidade subiu bastante.

Mas a modularidade do Espace surpreende. É possível retirar os 5 bancos traseiros e criar um verdadeiro salão movimentando os bancos dianteiros. A Renault estreia o seu slogan “ao ritmo da vida”. Os mais cépticos tardavam em render-se ao pioneirismo, mas a realidade é que, nos anos 80, o Espace simbolizava tudo aquilo com que uma sociedade em mudança sonhava. Uma sociedade que, cada vez mais, privilegiava a mobilidade, com o máximo de conforto e segurança, sem limitações de espaço e com um grande sentido prático.

Neste ano a Espace foi renovada e muitos dos materiais de origem Simca e Talbot, foram substituídos por componentes originais Renault. A frente era actualizada com novas ópticas mais inclinadas e outros detalhes como uns piscas brancos davam à fase 2 uma estética mais actual.

A Renault Espace foi renovada a fundo em 1991. Esta renovação envolvia um interior bastante melhorado e por fora recebia a imagem da restante gama Renault. Curiosamente esta versão teve uma péssima nota nos crash tests, conseguindo apenas 2 estrelas. Esta geração da Espace assume um carácter mais dinâmico com um design mais fluído. A ergonomia vai ainda mais longe, com os bancos traseiros assentes sobre calhas. Com a introdução do motor V6, associado a uma caixa automática, o Espace assume definitivamente o seu estatuto de “topo de gama”.

Durante o Salão de Paris em 1994, a Matra e a Renault Sport apresentavam ao mundo a Espace-F1. Este concept marcava os 10 anos da Renault Espace e da Renault na Fórmula 1. Tinha um motor de 3500cc V10 com 40 válvulas que produzia a potência de 800cv, para um peso de apenas 1300kg. Este motor era baseado no V10 que equipava o Williams F1. A espace tinha um chassis reforçado em fibra de carbono. Conseguia um arranque de 0 a 200km/h em apenas 6s. Conseguia acelerar de 0 a 270km/h e depois travar até 0 em apenas 600m. A aceleração de 0 a 100km/h fazia-se em apenas 2.896s e tinha uma velocidade máxima superior a 300km/h.

A terceira geração da Espace foi lançada em 1997. Tinha uma imagem mais futurista. As motorizações eram também melhores, tanto a diesel como gasolina. Permanecia uma versão V6 de 3000cc com 190cv. Esta geração é a última da colaboração entre a Renault e a Matra, no que à produção do Espace diz respeito.

Foi nesta geração que foi lançada pela primeira vez a versão Grand Espace, com mais uma fila de bancos e espaço para passageiros. Esta versão tinha mais 27cm.

A quarta geração, introduzida em 2003, foi inteiramente produzida pela Renault e concebida utilizando uma plataforma comum ao Laguna 2 e ao Velsatis. O seu design exprimia uma forte personalidade colocando definitivamente o Espace no segmento dos grandes monovolumes topo de gama. Na 4ª geração uma das inovações mais importantes diz respeito à carroçaria que deixa de ser em materiais compósitos passando a ser em aço. Esta versão tinha até uma modularidade maior e introduzia o tecto panorâmico.

Esta geração tinha tecnologias mais avançadas e a segurança foi levada a sério. Como prémio, foi o primeiro monovolume a conseguir as 5 estrelas do Euroncap.

O início da comercialização da Espace foi atribulado, mas 28 anos volvidos, já foram comercializadas mais de 1,2 milhões de unidades, em mais de 60 países e a Renault pode orgulhar-se de, uma vez mais, ter marcado a história da indústria automóvel. O modelo alterou todos os paradigmas de espaço e modularidade e agora ainda conta com novos argumentos.

Há 28 anos os sentimentos eram contraditórios e desiguais. Do lado da Renault, um justificado entusiasmo e até mesmo alguma euforia, por ser percursora de um novo conceito de automóvel. Do outro lado reinava o cepticismo e até mesmo alguma desconfiança. A Renault parecia ter ido longe de mais…

Mas a Renault Espace não tardou a impor-se… Afinal, não era um “simples” comercial ligeiro adaptado ao transporte de passageiros, mas sim um automóvel desenvolvido e concebido para viagens de eleição, com o conforto dos topos de gama, mas com muito mais espaço, uma modularidade nunca antes imaginada e tudo isto sem prejuízo do comportamento em estrada, ou seja, ao nível das melhores berlinas.

O Espace sobreviveu a todos os que lhe diagnosticaram uma morte prematura e as quatro gerações que foram lançadas ao longo de quase três décadas sustentam um dado irrefutável: o Espace marcou, por direito próprio, a história da indústria automóvel mundial!

Rui Augusto
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