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Suzuki Swift GTi

A famosa categorização (Pocket Rocket) para os utilitários com alguma potência e com um carisma “endiabrado” assenta que nem uma luva no saudoso Suzuki Swift GTI. São por vezes os pequenos automóveis que mais nos surpreendem, marcam-nos, e acabamos por guardar na nossa mente toda a sua personalidade e carácter. São várias as qualidades e vantagens de possuir um automóvel deste género. O Swift GTI é porventura um dos automóveis que melhor se insere nesse cenário.

De tão pequeno que era em dimensões exteriores, compensava porém com um grande “coração”. Não falo concretamente do tamanho do motor, mas na forma como o pequeno motor de 1.3 Litros twincam movia o leve automóvel de forma brilhante.
Com tracção dianteira, equipado com um par de backets no interior e apenas 810 kg peso, o Swift GTI era um automóvel pronto para as curvas. E claro, sendo leve o seu motor com 100 cavalos ajudava-o muito nas rectas e à saída das curvas. O suficiente para torná-lo num pequeno “foguete”.

Quando se abre o capot de um Swift Gti, o aspecto e tamanho do motor parece-se mais com algo que só um fabricante de motociclos poderia construir, com os cabos de velas vermelhos alinhados na cabeça do motor, que ostentava a cor preta, e estampada nela encontra-se escrito “Suzuki 1300” e “Twin Cam 16”. Era algo que informava não só a cubicagem do motor, como informava que possuía uma dupla árvore de cames e as respectivas 16 válvulas no total.

No colector de admissão estava também as siglas “EPE Electronic Petrol Injection” ou seja o pequeno automóvel japonês tinha injecção electrónica de combustível. E até não consumia muita gasolina, o consumo médio era na ordem dos 10 litros aos 100km.

A versão Gti possuía um pára-choques frontal desportivo com luzes de nevoeiro integradas, revestimento lateral, saias laterais, aileron traseiro, e também o respectivo pára-choques traseiro mais desportivo que os seus “irmãos” na gama Swift. As cores disponibilizadas para este modelo pela Suzuki eram limitadas ao vermelho, preto e branco.

No interior, o GTi tinha como já foi referido anteriormente dois belos bancos desportivos, com grande apoio lateral na frente, e um banco traseiro limitado pois o espaço interior não abundava. O painel de instrumentos era informativo, tinha fundo em cor preta e o conta-rotações tinha o redline às 6800 rotações por minuto. Já o volante tinha um toque desportivo e o manípulo das mudanças tinha uma forma cilíndrica e bastante estranha.

Outros pormenores do interior e do bem equipado Gti passavam por incluir um desembaciador do vidro traseiro, escova de limpa vidros traseira, rádio AM/FM stereo com cassetes, espelhos eléctricos, vidros coloridos, entre outros (pequenos) pormenores que não eram comuns naquele segmento.

A suspensão era totalmente independente, do tipo MacPherson e estava equipado com travões de disco nas quatro rodas. Muitos Swift Gti saíram de fábrica equipados de série com pneus Bridgestone Potenza RE92 nas medidas 175/60, montados em jantes de ferro de 14 polegadas, embora na lista de opcionais existissem jantes de 14 polegadas em alumínio. Outra opção possível, era a possibilidade de adquirir o ar condicionado.

Porém o que mais interessava ao público entusiasta naquele tempo, era as capacidades dinâmicas do pequeno japonês, em especial as suas prestações. A performance do Swift Gti era notável, pois não esqueçamos que apenas é motorizado por um motor com 1.3 litros de capacidade e sem ajuda de turbo alimentação como outros concorrentes e adversários nos anos 90.

A maioria dos testes efectuados revelou valores muito expressivos no tradicional arranque de 0 a 100 km/h. Na ordem dos oito segundos (8,3s), e completava os 400 metros em apenas 16 segundos. A velocidade máxima rondava os 196 km/h dependendo das condições.

Os pneus não eram os mais radicais e desportivos da linha Bridgestone, mas o Suzuki Swift Gti era capaz de 0,80 g de força G lateral no skidpad e era tão ágil no slalom que quem o testou duvidava até dos seus instrumentos.
Apesar de possuir uma distribuição de peso 59/41, muitos foram aqueles que ficaram rendidos ao seu comportamento dinâmico, pois o pequeno Gti exibia um comportamento neutro na maioria das curvas. A direcção sem assistência era pesada e um pouco lenta, porém a atitude do carro nas curvas podia ser controlada igualmente com direcção e com o acelerador.

Muitos chegaram mesmo a dizer que era: “um Mini Cooper para os anos 90”, com forte ênfase na desportividade e com um peso muito reduzido. O refinamento deste modelo foi posto de parte, para dar lugar a um desempenho dinâmico muito convincente. Na verdade, o motor era bastante ruidoso quando se acelerava e as portas fechavam com um ruído metálico. Era basicamente um automóvel “cru”, um pouco também bruto ao estilo de outros automóveis do género como Honda Integra ou o Volkswagen GTI. Aliás a própria Volkswagen achava que este modelo era muito parecido com o “seu” GTI (Golf Mk1 Gti).

Mais tarde surgiu a primeira (ligeira) remodelação, no seu segundo ano de comercialização, e passou a chamar-se simplesmente Swift GT. Embora o Suzuki Swift Gti/GT fosse bastante popular junto da imprensa automobilística, o mercado estava a mudar e Swift Gti/GT acabou por deixar de ter o mesmo sucesso dois anos depois do seu lançamento e a procura diminui significativamente. Quando a gama Swift foi actualizado em 1995, o Suzuki Swift Gti/GT acabou por ser descontinuado e retirado dos catálogos da marca japonesa.

Pequeno, potente, e com um comportamento dinâmico exemplar, o Swift Gti foi um verdadeiro ícone dos anos 90. Não era caro, vinha bem equipado de série mas tinha um lado “cru” que apesar de tudo não incomodava ninguém. Actualmente a Suzuki reinventou o conceito, e o seu modelo actual, o Swift Sport é também aclamado por muitos com um dos melhores (pequenos) desportivos do segmento. Possuiu a mesma receita do seu antecessor, e claro só poderia ser um sucesso.

Sérgio Gonçalves

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