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Toyota Celica & Toyota Mr2 Grupo B

Toyota Celica Twincam Turbo TA 64

Nos tempos saudosos do Grupo B no mundial de ralis, muitos foram os automóveis que ficaram famosos, durante esse período, porém nem todos tiveram o mesmo sucesso ou destaque. Fosse pelo menor investimento das marcas, fosse por razões técnicas desajustadas em relação à concorrência.

O Toyota Celica Twin-cam (duas árvores de cames) Turbo, foi a escolha da marca japonesa para participar no Campeonato Mundial de Ralis. A ideia inicial era mesmo de tentar conquistar o primeiro título para a marca. Porém as soluções técnicas escolhidas para este modelo vieram a revelar-se como uma desvantagem competitiva.

A principal desvantagem do Celica era a ausência de 4 rodas motrizes, isso mesmo, este Celica só tinha tracção traseira. Porém nem tudo era um handicap, este automóvel era bem construído, resistente e muito fácil de manter e reparar. O motor (4T-GTE) de 1.8 Litros, inicialmente produzia cerca de 290 cavalos de potência máxima, que mais tarde fruto das naturais evoluções chegou a atingir os 370 cavalos. O seu motor estava posicionado na frente, e a tracção como já foi referido, na parte de trás. O seu baixo peso era na ordem dos 1000 kg.

O primeiro rali em que a Toyota participou no Grupo B foi em 1983, no rali dos 1000 Lagos na Finlândia. O piloto escolhido para conduzir o Celica, foi o jovem mas muito talentoso Juha Kankkunen. Com o seu talento, o piloto e a marca conseguiram um respeitável 6º lugar na sua prova de estreia. O segundo rali foi ainda melhor. A Toyota, juntamente com um conceituado piloto especialista em ralis do deserto, de seu nome Bjorn Waldegard, alcançaram a vitória no rali da Costa do Marfim em Outubro de 1983, logo no segundo rali que o Celica efectuou.

Porém, em 1983 no Rali da Grã-Bretanha, a Toyota percebeu que não tinha armas para derrotar a concorrência. O Celica pura e simplesmente não tinha andamento para acompanhar outros automóveis e respectivas equipas, nas estradas estreitas que caracterizam os ralis na europa e em especial no rali em terras de sua Majestade.

O Celica estava muito longe da concorrência neste tipo de ralis, não tinha argumentos técnicos para superar os seus adversários, porém em ralis no continente africano o caso era radicalmente diferente. O Celica ganhou nada mais, nada menos, que 6 ralis no continente africano. Dos quais fazem parte 3 vitórias no Rali Safari no Quénia, no período compreendido entre 1984 e 1986, fazendo com que o carro japonês ganhasse a alcunha de “rei do deserto” durante a era dos Grupo B.

A simplicidade e resistência do Celica, (comparado com outros automóveis do Grupo B) tornavam-no muito fiável e perfeitamente adaptado ao rigor e dureza dos troços em Africa em especial no deserto. O Celica mudou radicalmente, depois do cancelamento do Grupo B em 1987.

Toyota Mr2 “222D”

Quando a Toyota se apercebeu da falta de competitividade do Celica fora do continente africano, em especial na Europa, a Toyota Team Europa (TTE), representante e preparador dos Toyota na Europa, começou a desenvolver um novo automóvel para atacar a concorrência europeia. Era um Toyota Mr2 da primeira geração com 600 cavalos de potência.

Este carro de rali teve o nome de código de “222D” e foi desenvolvido tendo em conta o Grupo S com a possibilidade de introdução no famoso Grupo B. Foram construídos 3 destes Mr2, um com o motor montado transversalmente e tracção traseira, e dois com o motor montado longitudinalmente. Um destes últimos tinha tracção traseira enquanto o outro tinha tracção às 4 rodas com uma caixa de velocidades personalizada e produzida pela empresa Xtrac. Com 600 cavalos e tracção total, poucas ou nenhumas eram as parecenças com os Toyota Mr2 de série.

Estes Mr2 não eram verdadeiramente automóveis para o Grupo S, porque as regras para participar nesta categoria limitavam a capacidade dos motores para 1.2 Litros. Em vez disso eram um género de hibrido entre o Grupo B e o Grupo S.

Um foi projectado e construído para ralis de asfalto, enquanto o outro foi desenvolvido apenas para ralis em terra. Todos os 3 motores usavam um turbocompressor, e 2.0 Litros de capacidade. Sem ser saber a certeza, o motor tanto poderia ser o antigo 4T-GTE usado no anterior Celica, como poderia receber o famoso motor 503E usado no campeonato de protótipos (GTP).

Existem rumores que um destes Mr2 foi emprestado a um VIP para um test-drive, num recente evento do WRC na Alemanha. Há fotos recentes de dois Mr2 “222D”, em preto e outro em branco. Assumindo assim que ambos ainda existem e foram preservados. Porém existem outros rumores que apontam para a destruição de dois exemplares, em acidentes quando eram testados. Seja como for não serão esquecidos.

Se foi a primeira vez que viu e leu sobre estes automóveis, e se adorava os tempos loucos do mundial de ralis e em especial dos bólides do Grupo B, esta é a forma de adicionar um pouco mais de conhecimento a uma história que deixa saudades.

Sérgio Gonçalves

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