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Venturi Atlantique – O supercarro quase desconhecido

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Há supercarros que por vezes não se tornam fenómenos de popularidade, seja por razões económicas, por má publicidade, más qualidades dinâmicas e estéticas, péssima qualidade de construção ou porque, simplesmente não eram inovadores o suficiente para atrair os clientes mais abastados, que normalmente adquirem as marcas mais consensuais do mercado, como a Ferrari, Lamborghini, Porsche, Lotus etc.

O modelo aqui em questão não foi um sucesso de vendas mas reúne muitas qualidades e hoje pode ser visto como um automóvel exótico e raro digno de ser coleccionado, em especial pelas suas linhas verdadeiramente elegantes e bonitas.

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Foi produzido em França pela Venturi Automobiles durante um período de nove anos (1991 a 2000).

O Atlantique é um supercarro de dois lugares com o motor colocado em posição central, tração traseira e uma carroçaria em fibra de vidro.

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O primeiro modelo desta série chama-se Atlantique 260, e basicamente era uma versão melhorada de outro automóvel que a marca francesa já produzia anteriormente, o Venturi APC 260.

O “260” usa a mesma motorização V6 de 2,8 litros, que com a ajuda de um turbocompressor debita 260 cavalos de potência e 440 Nm de binário. Este nível de potência associado ao baixo peso do conjunto (1110kg) permite ao modelo alcançar os 100 km/h em 5,2 segundos e atingir uma velocidade máxima de 269 km/h.

260

Em 1994 o fabricante francês passou novamente de mãos, e o seu novo proprietário, o escocês Hubert O´Neill deu luz verde para a produção de um novo Venturi, o 400GT, assim como uma nova revisão do modelo Atlantique.

Assim com o objectivo de estar presente com os novos modelos no Salão Automóvel de Paris em 1994, o desenvolvimento foi efectuado de forma “apressada” em apenas 6 meses.

260.

O Altantique 300 era motorizado por uma mecânica de origem PSA (Citroen/Peugeot). Um motor atmosférico V6 de 3,0 litros com 24 válvulas que debitava 210 cavalos.

A outra variante desta unidade motriz encontra-se acoplado a um turbocompressor permitia alcançar os 285 cavalos de potência.

400GTengine

Mais tarde a atribulada história da Venturi conheceu um novo capítulo, quando em 1996 mudou novamente de proprietário sendo comprada pelo tailandês Nakarin Benz. Este tinha o objectivo de concentrar exclusivamente a produção da marca francesa em automóveis de estrada.

Durante este período a Venturi produziu o Atlantique mais potente de sempre em 1998 que contava com a mesma unidade motriz PSA acima descrita mas que desta feita possuía não um, mas dois turbocompressores, que o tornava no Atlantique mais potente de sempre.

300gtr

Como tal a potência desta versão subia dos 285 para os 310 cavalos, e isso permitia-lhe atingir os 275 km/h de velocidade máxima e alcançar os 100 km/h em, 4,9 segundos sensivelmente.

Estas performances tornaram este modelo num sério rival de outros automóveis, em especial do Lotus Esprit V8.

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Apesar do esforço, e de constantes actualizações do modelo, no campo comercial o modelo foi um “flop” com valores a rondar as 700 unidades comercializadas.

No seu período o Atlantique foi extensamente elogiado até pelos maiores críticos, como o conhecido apresentador do programa Top Gear, Jeremy Clarkson.

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Este chegou mesmo a afirmar que o Atlantique e o Alpine A610 eram dois dos automóveis desportivos mais interessantes produzidos naquele período dos anos 90.

O apresentador britânico chegou mesmo a referir que este modelo era um dos seus favoritos e que era como conduzir/pilotar o seu avião a jacto particular.

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Outros comentários da época, em especial da imprensa escrita dedicada aos automóveis, referiam que o Atlantique em comparação ao seu mais directo concorrente,
o Lotus Esprit V8, era mais fácil de guiar devido as suas dimensões exteriores reduzidas, mais confortável, com melhor comando da caixa de velocidades, e muito mais refinado, ou seja com mais qualidade no que toca à montagem em relação ao modelo da Lotus.

A história da marca e deste automóvel termina no ano 2000 quando a Venturi encerra uma vez mais as portas, vítima de uma nova falência.

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Pode ter não ter tido o sucesso comercial devido, mas o Atlantique provou que é um automóvel diferente, carregado de qualidade dinâmicas, boas performances s e com um design fantástico.

Por direito próprio conquistou o seu lugar na história automóvel e é hoje um marco importante no mercado de usados, pois a sua exclusividade começa a atrair inúmeros (possíveis) coleccionadores.

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Sérgio Gonçalves

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