Um dos modelos mais importantes a ser mostrado no Salão Automóvel de Paris é o VW Golf VII. A VW conseguiu uma evolução ao nível dos consumos, com a versão base do Golf a anunciar consumos da ordem dos 4,9l/100km. No entanto, os activistas ambientais da Greenpeace apontaram mira à marca Alemã, acusando-a de fraco desempenho ao nível ambiental dos seus modelos.
Apesar da Volkswagen anunciar a nova geração através do seu consumo de combustível e níveis de emissão melhorados, o novo modelo é 100 kg mais leve, 23% mais económico e as emissões foram reduzidas em 13,9%, este esforço parece não ser de todo suficiente para os activistas do Greenpeace. O grupo ambientalista exige que o consumo do Golf seja reduzido a 3l/100km.
Agora, no Salão Automóvel de Paris, a Volkswagen apresentou o novo Golf BlueMotion. A versão mais eficiente do novo Golf promete um consumo de 3,2 l/100km (de anteriores 3,8 l/100 km registados pelo BlueMotion da sexta geração) e apenas 85 g/km de emissões de CO2. A terceira geração do Golf BlueMotion tem lançamento previsto para o verão de 2013.
A Volkswagen afirma que o consumo de combustível para a terceira geração do Golf BlueMotion foi agora reduzido em mais 15% e as emissões de CO2 em 14 gramas por km para os 85 g/km. Ainda assim, o novo Golf BlueMotion anuncia uma velocidade máxima de 208 km/h. Este modelo apresenta uma evolução a nível ambiental bastante grande.
No seu relatório, a Greenpeace argumenta que um consumo de combustível de cerca de 3,4 litros de gasolina ou 3 litros de diesel com emissões de CO2 de 80 gramas seria possível no novo Golf. Além disso, refere que essa situação deve ser possível através do uso da tecnologia convencional – sem utilização de modelos eléctricos e sem comprometer a segurança, o conforto e o desempenho.
Uma redução significativa no consumo e emissões seria, portanto, possível através de quatro passos relativamente simples: melhoria aerodinâmica e sistema de transmissão e redução do peso e atrito dos pneus. A Greenpeace põe desta forma em questão o compromisso da Volkswagen com a sustentabilidade ambiental já que as medidas simples não teriam impacto significativo nos custos de produção.
A campanha da Greenpeace já teve várias acções, primeiro em Berlin na apresentação do modelo e também agora durante o Salão Automóvel de Paris.
Para a Greenpeace, o VW Golf é o carro que servirá de referência para o segmento e será certamente marcará a diferença nos próximos 10 anos. As estimativas iniciais referem que o sétimo Golf será vendido mais de 1 milhão de vezes nos primeiros quatro anos. Ao longo de um período de 10 anos a Greenpeace reconhece que este número poderá chegar aos cerca de 10 milhões. Assim, o compromisso com o ambiente da VW deveria ser maior.
Apesar dos modelos híbridos e eléctricos amigos do ambiente atraírem muita atenção dos meios de comunicação, ainda continuam a ser um nicho de mercado meramente estatístico, as vendas não têm ainda qualquer tipo de expressão.
A VW pela voz de Martin Winterkorn refuta as acusações, referindo que o novo Golf é a resposta certa para o aumento dos custos dos combustíveis, graças a versões como o VW Golf Blue Motion, com um consumo de apenas 3.2l/100km.
Voltando ao Golf BlueMotion, a redução substancial no consumo e emissões deve-se, em grande parte, à redução de peso superior a 50 quilos, bem como uma série de modificações no motor e aerodinâmica. Estas incluem pneus de baixa resistência, relações de caixa de velocidades mais longas e alterações ao nível da aerodinâmica – Precisamente o que a Greenpeace advoga.
Alem disto, foi colocado um spoiler no tejadilho, uma nova grelha frontal, sistema de refrigeração do ar optimizado, nova carenagem e um spoiler no pilar C, permitiram ao Golf BlueMotion uma redução do arrasto aerodinâmico em 10%.
Assim, facilmente se percebe que as acções que a VW tomou para melhorar a eficiência do novo Golf são precisamente as mesmas que a Greenpeace sugere. É certo que a VW não conseguiu os 3l/100 mas certamente que anda perto e os valores são realmente muito interessantes.
Resta agora aos restantes fabricantes entrarem nesta corrida e conseguirem construir modelos mais económicos e mais amigos do ambiente.
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