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Breve história: 24 horas de Le Mans


Tudo começou em 1923, nos dias 26 e 27 de Maio, 33 bravos pilotos fizeram história ao participar pela primeira vez nesta prova. Estavam dados os primeiros passos de uma corrida emblemática. O circuito ficava perto da cidade de Le Mans, na região de Sarthe, e por lá ficou nos anos seguintes.

O circuito tem uma extensão de 13,650 metros, usa uma parte do circuito Bugatti e é em grande parte composto por uma estrada nacional. As mais célebres passagens são as curvas de Tertre Rouge, Mulsanne, Arnage, Casa Branca (Maison Blanche) e, principalmente, a recta de Hunaudières.

No início a ideia original era para um evento de três anos, com o vencedor a ser apurado com o carro, que poderia ir o mais longe possível ao longo de três corridas consecutivas. Este plano foi abandonado em 1928 e a prova passou para o formato 24 horas e cada vencedor foi declarado em cada ano, dependendo de quem conseguiria conduzir a maior distância nas 24 horas. As primeiras corridas foram dominadas pelos pilotos britânicos, franceses e italianos, e as suas respectivas equipas e marcas mais proeminentes como a Bentley, Alfa Romeo e Bugatti.

Em 1936, a corrida teve que ser cancelada devido a greves em França. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial no final de 1939, as 24 horas de Le Mans faria uma pausa de dez anos.

As 24 horas de Le Mans foram retomadas em 1949 após a reconstrução das instalações do circuito de Le Mans. Crescia então um grande interesse dos grandes fabricantes de automóveis. Após a formação do Campeonato Mundial em 1953, dos quais as 24 horas de Le Mans era uma parte, Jaguar, Ferrari, Aston Martin, Mercedes-Benz, e outros começaram a enviar vários carros, apoiados pelas respectivas fábricas, para competir contra os seus opositores. Infelizmente, este aumento da concorrência também levaria à tragédia, num acidente durante a corrida de 1955, quando o carro de Pierre Levegh voou na recta de Hunaudières para a bancada, e em consequência disso mais de 80 espectadores morreram.

Era de tal forma perigosa que foi dividida em 3 partes em 1990 para que ninguém corresse o risco de levantar voo novamente enquanto os pilotos a percorriam. Prova disso foram os vários acidentes fatais que ocorreram nesse período.

Antes disso a extensão dessa recta era de 5 km, e onde os protótipos mantinham uma velocidade de mais de 400 km/h, (o recorde estabelecido foi de 405 km/h por um WM-Peugeot em 1988). A evolução em termos de segurança a partir desse episódio foi significativa até aos dias de hoje.

As 24 Horas de Le Mans acontecem no mês de Junho. É a mais antiga e tradicional corrida de resistência para carros desportivos e protótipos. É palco de grandes fabricantes como Porsche, Peugeot, Audi, e Aston Martin. Já foi tema de filme com Steve McQueen e de um documentário lançado em 2009.

O recorde de vitórias individuais por piloto está na posse do dinamarquês Tom Kristensen, com oito vitórias à geral, e o recorde de vitórias a nível de construtores é da Porsche, com 16 títulos. O recorde da distância e a mais elevada velocidade média ao longo das 24 Horas pertencia desde 1971 ao Porsche 917K de Helmut Marko e Gijs Van Lennep, que percorreu 5.335 km à média de 222,304 km/h. Recorde-se porém que nessa altura o circuito não tinha chicanes. Tal recorde foi batido pelo Audi R15 TDi em 2010, que completou um total de 397 voltas, cobrindo uma distância de 5.410,713km.

Por fim uma curiosidade: foi durante esta prova de automobilismo que nasceu a tradição de jorrar o champagne no pódio, em vez de bebê-lo. Quem protagonizou esta tendência e que até aos dias de hoje se mantém, foi Dan Gurney e AJ Foyt em 1967, quando viram que tinham por debaixo deles o seu chefe Henry Ford (sim, o próprio), as suas mulheres e vários jornalistas. Munidos de alegria própria do momento agitaram as garrafas e acabaram por molhar toda a gente. Com isto inventaram uma tradição que já dura mais de 40 anos.

Sérgio Gonçalves

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