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O passado encontra o futuro elétrico: a Škoda dá nova vida ao icónico 110 R

No seu processo criativo, a equipa de design da Škoda recorre frequentemente aos modelos mais emblemáticos da marca, reinterpretando-os à luz da sua filosofia de design Modern Solid. O mais recente clássico a ser reinventado para a era elétrica é o lendário Škoda 110 R coupé — um modelo pioneiro que conquistou o coração dos condutores da sua época e que lançou as bases para alguns dos mais bem-sucedidos automóveis de rali e de competição da Škoda.

O renascimento do 110 R em 2025 é obra de Richard Švec, designer da Škoda Auto que integra a equipa de modelação digital. A sua paixão pelo 110 R inspirou-o a criar uma visão ousada e moderna deste coupé, adaptada à era elétrica.

Apesar de inspirar-se claramente no modelo original dos anos 70, a nova interpretação de Richard está longe de ser retro. É uma criação totalmente nova, que integra discretas referências ao passado, mas adota proporções puras e superfícies depuradas, típicas da linguagem Modern Solid da Škoda.

Com uma postura firme, linhas tensas e formas geométricas, o novo 110 R capta a elegância e a audácia do original. A herança desportiva da Škoda também se faz notar: cavas das rodas pronunciadas, estrutura visível de proteção (roll cage), jantes com fixação central e detalhes vincados no capot evocam subtilmente o lendário 130 RS.

Desde o início do processo de design, o 110 R de 2025 foi concebido com propulsão elétrica e tração traseira, mantendo-se fiel ao espírito do original. Para reforçar o elo visual com o modelo histórico, o novo conceito integra entradas de ar laterais distintivas, agora com a função de refrigeração da bateria.

“Como um veículo elétrico não precisa do mesmo tipo de sistema de refrigeração que um carro a combustão, pude manter as formas e superfícies mais limpas e elegantes”, explica Richard Švec.

A tecnologia é outro dos pilares do projeto. Câmaras aerodinâmicas substituem os espelhos retrovisores tradicionais, e os faróis ficam ocultos sob coberturas deslizantes que apenas se abrem quando necessário.

“A iluminação revela muito sobre a era de um automóvel”, refere Richard. “Usar faróis redondos ou lanternas retro teria sido um passo atrás. Em vez disso, recorri à nova assinatura luminosa Tech-loop da Škoda, recentemente apresentada com o conceito Vision O.”

Outros elementos notáveis incluem um painel frontal preto que integra sensores, luzes diurnas LED verticais e o logótipo Škoda iluminado. Na traseira, destaca-se um emblema luminoso independente, replicado também nas jantes e até nos vidros traseiros.

“Não quis recriar o passado. O objetivo era capturar o espírito do 110 R num automóvel que fosse inovador e absolutamente contemporâneo. O verdadeiro desafio foi encontrar o equilíbrio entre a herança e a modernidade”, explica o designer.
“Sempre me atraíram os carros elegantes, com superfícies limpas e detalhes simples — exatamente o que o 110 R original fazia tão bem. Era estiloso, mas também tinha uma credibilidade desportiva real. Essa combinação sempre me fascinou.”

O novo 110 R ganhou forma através de uma combinação de técnicas tradicionais e digitais: dos primeiros esboços à modelação 3D, o resultado é um coupé com presença marcante, mesmo na forma conceptual.

Tal como outros clássicos reinterpretados pela Škoda — como o Felicia Fun e o Favorit —, o 110 R moderno é um estudo de design sem planos de produção. No entanto, os ícones históricos da marca continuam a inspirar as equipas de design na criação da próxima geração de modelos Škoda.

Škoda 110 R: o coupé que definiu uma era

Produzido na fábrica de Kvasiny entre 1970 e 1980, o Škoda 110 R captou perfeitamente o espírito do seu tempo. Derivado do Škoda 110 berlina e apresentado no Reino Unido em 1971, destacava-se pelo design elegante, motor traseiro e tração traseira — uma combinação que lhe conferia caráter e encanto únicos.

Sob o capot, encontrava-se um motor 1.107 cc de quatro cilindros, com 62 cv e uma caixa manual de quatro velocidades. Leve (apenas 880 kg) e com uma aerodinâmica surpreendente, o 110 R atingia 145 km/h, um valor notável para a época.

Mais do que um simples carro de estrada, o 110 R serviu de base para as ambições desportivas da Škoda, originando o protótipo 200 RS e, mais tarde, o lendário 130 RS, um dos mais bem-sucedidos carros de rali e de circuito da sua geração.

O 110 R continua a ser um verdadeiro ícone da Škoda — símbolo de estilo, desempenho e herança desportiva.

Sérgio Gonçalves

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