Este roadster de dois lugares que foi produzido pela marca japonesa Honda, é um dos modelos mais desportivos que a mesma produziu, tornando-se num caso de sucesso entre os aficionados deste tipo de automóveis. Porventura um dos pontos mais atractivos deste modelo é sem dúvida o seu motor “diabólico”, e na forma como consegue cativar com a sua capacidade e carácter em fazer rotações elevadas, algo que se assemelha mais às motos produzidas pelo mesmo construtor.
Foi lançado no mercado mundial em 1999 e foi construído para ser um marco histórico da comemoração do 50º aniversário da marca japonesa. Foram vendidos mais de 110.000 S2000 em todo o mundo.
A primeira vez que se ouviu falar deste modelo foi em 1995, quando no salão automóvel de Tóquio foi apresentado um concept que causou grande interesse entre os visitantes. Este concept tinha o nome de Honda Sport Study Model, exibia o motor 2.0 Litros de 4 cilindros, uma distribuição de peso (ideal) de 50:50 ajudado pelo capô em alumínio, um chassi com configuração X-bone, que segundo a marca permitia uma maior rigidez, e mais protecção para os ocupantes em caso de embate.
E durante os anos seguintes a marca continuou a exibir esse concept com estas características dando a entender que iria mesmo produzir um automóvel de produção em série adoptando essas características técnicas.
O nome que foi atribuído a este carismático modelo, é fruto da cubicagem do seu motor, 2000cc, em jeito de tradição com outros modelos do passado como o S500, o S600 e S800, modelos roadsters dos anos 60.
O seu motor é de facto notável e não espanta que detivesse um recorde do mundo até há muito pouco tempo. Esse recorde foi atribuído pelo facto do seu motor ter a maior potência por litro de qualquer automóvel de produção com motor aspirado, ou seja 120 cavalos/litro, que só foi batido uma década depois pelo Ferrari F458 Italia.
O Honda S2000 sofreu algumas alterações ao longo dos anos em que foi comercializado, e houve mesmo dois códigos de chassi que distingue a primeira da segunda geração do carro. Os primeiros comercializados desde 1999 ficaram conhecidos como AP1 e os segundos comercializados a partir de 2003 por AP2.
A comercialização do Honda S2000 terminou em Julho de 2009, e a marca atenta à crise mundial, entendeu que não voltaria a construir um modelo com estas características.
Como já tínhamos referido a primeira versão do S2000 ficou conhecida como AP1. Apresentava uma configuração com motor central, uma vez que o motor encontra-se recuado em relação ao eixo dianteiro, e a respectiva tração traseira. Munido de um motor de 4 cilindros (DOHC) VTEC com 2,0 litros de capacidade com o nome de código F20C produzia 240 cavalos de potência e possuía um binário na ordem dos 207 Nm. Nalguns mercados porém esta motorização debitava 250 cavalos de potência e tinha um pouco mais de binário máximo, na ordem dos 218 Nm.
Este motor encontra-se acoplado a uma transmissão manual de seis velocidades e conta com a ajudar de um diferencial autoblocante com o propósito de melhorar a tracção.
O S2000 tornou-se num automóvel notável, algo que a Honda afirmou ser um desportivo de com um nível de desempenho superior ao que já existia no mundo até então, tendo em conta que falamos de um “pequeno” motor com 2 litros atmosférico.
Outras das características do S2000 passavam por incluir uma suspensão independente (double wishbone), uma direcção electricamente assistida, os respectivos aros de protecção atrás dos bancos para proteger os ocupantes em caso de capotamento e umas jantes de 16 polegadas com pneus Bridgestone Potenza S-02.
A unidade motriz leve e compacta, montada totalmente atrás do eixo dianteiro, permite que o S2000 obtenha uma distribuição de peso ideal 50/50.
A capota em vinil era accionada electricamente. Em opção a Honda disponibilizava um hardtop em alumínio. O modelo de 2001 foi praticamente inalterado, mas a Honda ainda assim fez questão de efectuar pequenas alterações em muitos S2000, mas não em todos. Actualizou o rádio e adicionou um relógio digital no painel de instrumentos.
Para o ano seguinte (2002), o S2000 sofreu mais alterações, e desta feita mais significativas. As configurações da suspensão foram revistas, e vidro traseiro que antes era de plástico foi substituído por uma unidade em vidro, que incorporava um desembaciador eléctrico. Outras diferenças para o modelo de 2001 passavam também por uns farolins traseiros diferentes, um rádio mais moderno, e alterações na centralina do motor.
O S2000 da primeira geração (AP1) foi fabricado até 2003 na fábrica da Honda Takanezawa, ao lado do Honda NSX e do Honda Insight. Em 2004, a produção foi transferida para a fábrica de Suzuka.
Depois de uma bem-sucedida primeira série de S2000, surgiu uma mais importante actualização do modelo desportivo da Honda, o AP2.
No mercado automóvel importante como o Norte-americano, o Honda S2000 AP2 deixava de contar com os préstimos do motor 2,0 litros F20C para começar a contar com uma unidade motriz de maior capacidade designado F22C1.
Com 2,2 Litros de capacidade, o mesmo motor possuía mais binário em médios regimes (220 Nm ás 6800 rpm), e seu limite máximo de rotação estava agora definido nas 8000 em vez das 9000 rotações por minuto do F20C. A potência manteve-se inalterada.
Em conjunto com a sua introdução da F22C1, a Honda também alterou as relações de transmissão, encurtando as quatro primeiras mudanças e alongando tanto a 5ª como a 6ª velocidade.
Em 2006, o motor F22C1 substituiu o F20C no mercado Japonês, no entanto, o F20C continuou em todos os outros mercados mundiais. Em Portugal só foi comercializado com o motor F20C.
O modelo de 2006 contém um acelerador electrónico, um sistema de controlo de estabilidade, jantes novas de 17 polegadas, e a possibilidade de escolher uma nova cor para a carroçaria, conhecida como Laguna Blue Pearl. As mudanças no interior passaram por incorporar nos bancos desportivos altifalantes nos encostos de cabeça.
Depois da segunda geração houve algumas séries especiais como algumas alterações e características diferentes, caso da versão Club Racer lançada em 2007 para o mercado Norte-Americano, ou da mesma versão mas desta feita para o mercado Japonês a que lhe deram o nome de Type S. Eram versões mais radicais, para um uso mais exclusivo em pista.
Por fim a marca japonesa lançou em 2009 a versão final deste modelo no mercado europeu, o S2000 Ultimate Edition, que trazia um hard-top de origem, um interior com duas tonalidades (vermelho e preto) e outras jantes especiais.
Em Inglaterra também foi lançada uma versão do S2000 em 2009, limitada a 100 unidades com o nome GT Edition 100. Ambas estas versões usavam o motor de 2 litros VTEC com 240 cavalos. No entanto no nosso mercado nenhuma dessas versões chegou a ser comercializada.
Contudo tinha chegado ao fim o legado de um possível ícone do mundo dos roadsters. Um automóvel com um carisma desportivo que se centrava num motor que conseguia subir a níveis de rotação impensáveis para a concorrência. Falou-se num possível regresso do modelo, mas a crise económica que começava a ganhar força em 2008, em especial no sector automóvel deitou por terra os planos da marca em produzir um sucessor deste roadster.
Capaz de atingir os 100 km/h em 6,2 segundos e com uma velocidade máxima de 241 km/h eram valores respeitáveis, mas mais do que os números era a forma como alcançava estas prestações. As 9000 rotações por minuto ainda hoje atraem muitos fãs da marca, e o seu carisma dão-lhe um lugar de destaque no mundo automóvel.
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uma lenda sem duvida ….
Muito provavelmente o Único descapotável que me levaria o meu dinheiro… Não gosto muito do “cabelo ao vento” mas somos inundados de tanta maquina que esse aspecto passa para 5 ou 6 plano.. motor incansável Honda e RWD … que combinação.. realmente só o carisma do NSX/Sena é que não me levam a dizer que o S2000 é o melhor Honda de sempre
e fixe
Quanto ao mundo automóvel “só” tenho dois objectivos de vida…
Comprar e construir um carro para aprender a fazer drift e comprar um S2000 AP2. Claro, andam por ai NSX’s, Supras, R32’s, R33’s, R34’s R35’s, e por ai além, mas nenhum deles é um carro tão direcionado para o povo e tão acessível para a performance e as emoções que causa. Claro que agora também existe o GT86, mas não causou as reacções que o S2000 causou quando saiu, e isso para mim, já mostra o carro que o S2000 é em comparação com o GT86…
logo a Honda da a resposta tomara q volte o S2000 que eu adoro esse Honda sonho a ser realizado um dia vai…
À excepção de uma ou outra omissão… está um texto bastante esclarecedor e emotivo!
Costumo dizer, “é um carro que transmite emoções difíceis de exprimir por palavras” todos os donos de S’s sabem perfeitamente do que falo.
É um carro amor/ódio, ou se ama de paixão ou se odeia, mas mais importante de tudo, não passa despercebido, em lado nenhum.
Já tive o prazer/sorte de conduzir muitos carros fantásticos, alguns muito melhores que o meu S2000, mas dinheiro/utilidade/cavalos à parte, é o carro que mais facilmente me colocou um sorriso de orelha a orelha todas as vezes que o conduzi.
Sou amante desde o primeiro dia que vi um e hoje com 14 anos gosto cada vez mais do carro (envelheceu muito bem). É sem duvida um marco na história, não só da Honda, mas da história automóvel.
Conheci uma pessoa que um dia disse “se este carro fosse produzido pela Porsche, valia 2 vezes mais”.
Muito se fala do motor e das 9.000 Rpm, mas o S2000 não se resume a um motor, a caixa é do melhor que alguma vez tive o privilégio de utilizar, o chassis a suspensão…. enfim, podia estar aqui a tarde toda a dizer o que gosto e o que acho, mas o teto já fez muito.
Andem num e irão compreender tudo o que escrevo e muito mais
😛
Acredito profundamente que será um futuro clássico, ainda que os automóveis japoneses tenham dificuldade em valorizar tanto como os demais (falando no geral). Num mercado virado cada vez mais para mecânicas sobre alimentadas, guardar um destes automóveis irá eventualmente compensar no futuro. Não só pelo prazer de o puder conduzir como pela questão de ser proprietário de um automóvel único.
Obrigado pelos comentários.
Bom texto! Parabéns!
Mas concordo com o Tiago…
Faltou falar do resto! A sua agilidade e velocidade em curva é notável!
Só um erro: a velocidade máxima é de 281km/h. Ao cronómetro não sei mas, certamente, mais que 241.