A marca francesa sempre teve grande tradição em produzir automóveis citadinos, e muitos marcaram mesmo a história automóvel devido às suas qualidades, caso do Peugeot 205 (que já aqui abordámos no autoblog.pt) e também do modelo que agora “dissecamos”, o 106.
Com um período de produção de 1991 a 2004, mostra que a longevidade de produção do 106 se deve de facto à grande aceitação que teve do público europeu, tanto pela enorme diversidade de motores, como qualidades dinâmicas, pela fiabilidade e claro pelo design.
No início da comercialização o 106 foi introduzido como um automóvel de acesso à gama, mesmo abaixo do “irmão” 205, porém se na altura a marca assim o desejava hoje é bastante evidente que este modelo tinha como objetivo substituir o 205.
O desenvolvimento do 106 foi feito em grande parte com a plataforma do Citroën AX, porém era mais evoluído e tinha como premissas ser mais robusto e seguro que o “doador”.
O principal concorrente do 106 no início da sua comercialização era o Renault Clio, este último já tinha entrado no mercado automóvel um ano antes. Porém o 106 também tinha como objetivo ser tão popular e bem-sucedido com o irmão maior (Peugeot 205) o tinha sido até então.
As principais qualidades do 106 podem-se resumir da seguinte maneira; tinha uma estética consensual, era confortável, tinha um ótimo comportamento dinâmico e a sua manutenção era barata. Ou seja tudo o que um pequeno automóvel precisa para ser um enorme sucesso, como acabaria mesmo por acontecer.
Talvez as únicas críticas que surgiram do modelo, era a pouca qualidade dos plásticos interiores e o pouco espaço interior para pessoas e carga.
Olhando para as características técnicas do Peugeot 106 reparamos que como o Citroën AX e o Peugeot 205, este usava suspensão independente com estrutura Macpherson na frente e um sistema de barras de torção transversais na traseira.
A gama 106 tinha vários níveis de equipamento, a versão mais básica era conhecida por XN, a seguinte por XR e a versão mais equipada por XT. As versões mais desportivas na fase inicial do modelo ficaram conhecidas por XSI e mais tarde em 1994 começou a ser comercializada a versão Rallye.
O Rallye, sabe-se que esta versão era diferente do XSI, ainda que partilhassem o mesmo motor (TU2) de 1,3 litros de capacidade com injeção de combustível que debitava 100 cavalos de potência.
A versão Rallye só estava disponível nas cores vermelho, branco ou preto. Era totalmente despido de equipamento como o 205 Rallye e tinha como objetivo ser atrativo para os condutores que queriam uma versão desportiva, pura e dura. Este não contava com vidros elétricos nem direção assistida, tudo para tornar o modelo mais desportivo e leve.
O irmão XSI apesar de usar a mesma mecânica, com menos potência (94 cavalos) tinha todo o conforto e equipamento que a marca disponibilizava para o 106. Na primeira fase de comercialização desta versão, as opções para o modelo na lista de opcionais eram apenas os travões ABS e o teto de abrir.
No nosso país como em França foi comercializada uma versão especial e limitada (50 unidades) do Rallye conhecida como R2, que tinha como particularidades usar muito material da divisão de competição Peugeot-Talbot.
Estas alterações tornavam o Rallye ainda melhor no capítulo dinâmico e não só.
Para isso a Peugeot dotou estes 50 Rallye com suspensões mais desportivas, travões mais potentes, jantes 14 da marca Speedline, cintos de competição, assim como um escape diferente e alterações no mapeamento da centralina que permitiu aumentar a potência para os 106 cavalos.
Depois da primeira fase de comercialização deste modelo, em 1996 surge um renovado 106 que partilhava a mesma base com o Citroën Saxo.
A segunda geração do modelo trouxe para além de um facelift, uma nova plataforma, alguns motores novos, injeção de combustível para todas as unidades motrizes, níveis de equipamento melhorados e maior segurança.
Os níveis de equipamento passaram a contar com outras versões, a gama estendia-se da versão XN, XL, XR, XT, XS, Rallye e o topo de gama GTI. As vendas deste pequeno “leão” dispararam, tornando-o num dos modelos mais importantes na história da marca francesa.
Porém a versão topo de gama deixaria de ser o XSI como na primeira geração do modelo e passou a ser a versão GTI que contava com um motor de 1,6 litros de capacidade, 16 válvulas que debitava 120 cavalos de potência máxima. Acelerava de 0 a 100 km/h em 8,7 segundos e atingia uma velocidade máxima de 205 km/h. A par com o Citroën Saxo Cup, conheceu um enorme sucesso em Portugal, e são ainda hoje, automóveis de referência entre muitos “pequenos e graúdos”.
Este modelo foi o mais popular entre os fãs de pocket rockets, as suas performances de bom nível e um bom comportamento dinâmico tornaram o GTI numa das referências do seu segmento e um dos melhores da história.
A versão Rallye da segunda geração do modelo foi comercializada entre 1997 e 1998, e tal como a primeira geração deste modelo, era muito mais espartano em termos de equipamento e a sua veia desportiva combinado com o baixo peso faziam deste modelo o mais focado em termos de condução pura. Estava equipado com o motor de 1,6 litros de capacidade, 8 válvulas que debitava 106 cavalos de potência. Acelerava de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos e atingia uma velocidade máxima de 195 km/h.
Existiram alguns mercados europeus que comercializaram esta versão a partir de 1998 com o mesmo motor 16V do GTI. Os extras possíveis para este modelo passavam pela direção assistida, airbag para o condutor e o teto de abrir.
Em 1998 a gama do 106 foi ligeiramente reduzida, e passou a contar apenas com os préstimos dos motores a gasolina 1.1,1.4, 1.6 8 válvulas, 1.6 16 válvulas e também com o mais económico 1.5 a gasóleo, este último anunciava um consumo médio de 5,1 L/100km.
Esta oferta mais reduzida em 1998 tinha a ver com o facto de a Peugeot ter lançado nesse ano o 206, modelo este que “roubou” muitos clientes ao 106.
O objetivo inicial da marca francesa passava por substituir o 106 pelo 206, porém mais tarde a marca decidiu criar outro modelo para esse efeito.
Em 2004 terminou a produção do Peugeot 106, uma longevidade notável de 13 anos que comprova o sucesso que o modelo alcançou na Europa. Foi substituído pelo 107 que iniciou a sua comercialização em 2005.
O 106 foi um dos modelos com maior período de produção/comercialização na Europa o que comprova a sua popularidade.
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Tenho um 106 GTI de 1996 com 205000 Kms. É um carro que cada vez mais me dá mais gozo de conduzir. Em curva-contra-curva não há como aquilo. É preciso ver que o meu nem ABS tem; quanto mais ESP; controlo de tracção,etc.
Ainda na semana passada dei numa recta 220 KmH (conta-quilómetros, é certo). Mas já conta com mais de 200000 Kms. É obra. Ah!…. e todo de origem (minto,…tem um filtro de ar KN, mas de caixa)
Abraço.
Grande Maquina amigo que tens,tenho 30 anos e sempre foi o meu carro de eleiçao desde miudo,acabei por comprar um á bem pouco tempo,estou a da lhe uns mimos para depois me babar com ele,simplesmente adoro o carro,nao me perguntem pk….!
Fazes bem, jovem. Eu tenho quase 44 anos e cada vez gosto mais do meu. O problema é que não dá para andar com ele todos os dias…por causa das costas. Mas, cada vez que ando, dá-me um gozo imenso aproximar-me nas curvas lentas à traseira dos desportivos ditos modernos. Abraço e boa sorte e juizinho com ele
Eu tenho 37 anos e tenho o meu 106 gti guardado em garagem, só sai para envergonhar “desportivos” mais recentes 🙂