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BMW Z8

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O BMW Z8 é daqueles automóveis onde a paixão supera largamente a razão. Não foi um automóvel brilhante em termos dinâmicos, isto quando se lê o que foi escrito por todas as revistas em inúmeros ensaios da imprensa automóvel, mas em termos estéticos e da sua exclusividade essas opiniões mudavam radicalmente. Um roadster diferente, belo, e apaixonante nas suas formas, com um carisma intemporal.

O seu ciclo de vida foi curto, foi apenas entre 2000 e 2003 que o roadster alemão foi produzido. Embora tivesse tido uma vida curta, o Z8 teve sucesso e foi vendido por números expressivos, na casa dos 6 dígitos. Para além do motor, carroçaria e chassis, o seu sucesso também passou pelo seu charme e carisma, rodeados de uma óptima qualidade de construção.

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O Z8 foi desenhado por Henrik Fisker, principal responsável do design da BMW Designworks nos Estados Unidos, no sul da Califórnia naquele período. O Z8 foi a variante produzida do concept Z07 apresentado ao público em 1997. Originalmente, o Z07 foi concebido como um exercício de estilo que procurava prestar uma homenagem ao BMW 507 produzido entre 1956 e 1959.

Em 1997 no são automóvel de Tokyo, o Z07 causou um grande impacto. O sucesso obtido nesse salão, foi o que impulsionou a decisão de criar um automóvel de série de produção limitada, que foi chamado Z8. E assim um total de 5703 BMW Z8 foram produzidos, mais de metade desse valor foi exportado para os EUA.

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Originalmente, o Z07 foi criado com o desejo de se tornar num veículo de produção em série. Com isso, foram poucas as alterações para rapidamente passar à produção do modelo original. As alterações incluíram o pára-brisas que se prolongava um pouco mais para cima, bem como uma entrada de ar frontal. Essas mudanças foram reinventadas para dar estabilidade aerodinâmica e vinham dar ao interior, uma característica necessária, ou seja era mais acolhedor.

O concept tinha um volante de quatro raios, mas o Z8 tinha um volante com um design de três raios. O mesmo concept também tinha sido apresentado com um hardtop, com uma forma de dupla-bolha, e o Z8 contou com uma capota única em lona com um vidro traseiro.

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Embora coma s devidas diferenças naturais entre o concept e o modelo original, o BMW Z8 ainda permaneceu bastante fiel às principais características do Z07. O interior exibia um equipamento muito moderno em painéis retracteis e manteve uma certa “simplicidade vintage”. O modelo Z8 também manteve os traços de design das jantes de 5 raios, embora não apresentassem a porca central ao estilo de “competição” do Z07.

A BMW Z8 tinha um preço em novo, na ordem dos 128.000 dólares e era um valor relativamente justo tendo em conta as suas características únicas, o carro tinha um chassis e a respectiva carroçaria toda em alumínio e usava um excelente motor V8 com 4.9 Litros de capacidade e 32 válvulas, que desenvolvia 400 cavalos de potência e 500 Nm de binário. A subsidiária BMW Motorsport construiu o motor V8 e o mesmo também foi compartilhado com o BMW M5 E39.

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O motor foi colocado atrás do eixo dianteiro e a sua distribuição de peso era perfeita, ou seja 50/50. O Z8 poderia alcançar os 100 km/h em apenas 4,7 segundos. A velocidade máxima foi limitada electronicamente a 255 km/h, bem como a maioria dos automóveis da BMW, sem o limitador a velocidade máxima subia para os 265 km/h.

No exterior, o Z8 fazia um uso muito criativo e inovador de neons para a sua iluminação. Os piscas e farolins traseiros eram alimentados por tubos de néon que ofereciam um activação mais rápida do que, as mais básicas luzes padrão, e esperava-se que durassem toda a vida útil do automóvel.

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Cada modelo Z8 vinha com um hardtop em metal com a respectiva correspondência de cores e com um desembaciador traseiro incluído. A capota rígida do Z8 foi projectada desde o início para complementar as curvas e linhas do roadster, ao contrário de vários hardtops que são fornecidos noutras marcas que apenas têm em conta o seu uso prático, e não o seu aspecto estilístico.

No interior, o BMW Z8 possuía uma variedade de funções que foram devidamente integradas no projecto de controlos multifuncionais. Este foi projectado para manter o interior completamente organizado. Os vidros e espelhos eléctricos eram completamente controlados apenas por um instrumento único e o painel de instrumentos era inclinado ligeiramente para o condutor. Assim para oferecer uma visão clara do capô e da estrada à frente, o deslocamento destes medidores para o meio do tablier não foi fruto de acaso, mas sim de forma estudada para o condutor ter a visão perfeita do que se passa à sua frente.

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Afirmando-se como um “clássico instantâneo” logo desde o seu lançamento, o BMW Z8 foi promovido dessa forma para coleccionadores e potenciais compradores, e a BMW prometeu manter um stock de 50 anos de peças suplentes, a fim de apoiar a frota Z8. Uma vez que o Z8 foi produzido em volume limitado, todos os elementos do veículo foram construídos à mão. A BMW foi capaz de oferecer inúmeras opções para os compradores interessados de forma a personalizar de uma maneira única cada Z8. Durante o período de produção de 4 anos do roadster alemão, um grande número de Z8 foi vendido com cores fora do padrão comum e com interiores bastante diversos em tons e configurações. Tudo isso era executado pela BMW Individual, uma divisão da BMW AG.

Em 2003, a produção do Z8 foi reforçada com a chegada do Alpina V8 Roadster. Deixando para trás o espirito mais desportivo do Z8 original, a Alpina apresentou novas características no seu modelo a fim de o tornar mais confortável, mais ao estilo de um Grand Touring. O Alpina veio equipado (apenas) com uma caixa automática de 5 velocidades Steptronic de origem BMW associado a um motor V8 ligeiramente modificado com apenas 4.8 Litros em vez dos originais 4.9, motor esse que também se encontrava noutro automóvel da marca, o E39 B10 Alpina V8 S.

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Outras alterações para tornar o carro mais confortável passaram por utilizar jantes de 18 polegadas e pneus com paredes laterais mais suaves, em vez de utilizar os pneus com perfil mais baixo do convencional Z8, montados em rodas de 20 polegadas.

Já no interior existiam também algumas diferenças, o Z8 Alpina vinha equipado com um interior em pele mais suave e com instrumentos específicos e únicos. Um volante especial Alpina com três raios substituiu o volante do Z8 original. Um pequeno visor específico foi montando à frente do volante para o condutor ser informado da mudança em que se encontra em condução.

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O Z8 Alpina tinha menos potência máxima do que o Z8 padrão, contava “apenas” com 375 cavalos, mas o binário máximo era mais elevado para 520 Nm. Este binário estava disponível substancialmente em rotações mais baixas do que no motor original de forma a ir ao encontro de uma condução mais relaxada. A velocidade máxima limitada electronicamente do Alpina foi aumentada ligeiramente para os 259 km/h.

Porém toda essa vontade dos responsáveis da Alpina em construir um Z8 mais confortável e menos desportivo, acabaram por criar um automóvel com um desempenho dinâmico abaixo da média segundo os testes efectuados por inúmeras revistas da especialidade. Talvez um dos piores aspectos negativos do Z8 Alpina foi a ausência de um diferencial autoblocante, que não permitia controlar o binário e a potência de forma efectiva. Obviamente que o carro estava equipado com o controlo de estabilidade da BMW para evitar acidentes, mas em termos dinâmicos era uma falta que não permitia um grande controlo sobre a potência do motor V8 quando o dispositivo de estabilidade se encontrava desligado. Ou seja dinâmica que se o Z8 já era bastante criticado e o Z8 da Alpina ainda foi mais.

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Um total de apenas 555 unidades deste Alpina foram construídos, e a maioria deles foram exportados para o mercado dos EUA. Esta edição especial do Z8 foi vendida directamente através de concessionários da BMW nos Estados Unidos da América, marcando assim a primeira vez que a BMW Alpina vendeu no mercado americano.

Mesmo sem ter sido do agrado de muitos jornalistas em termos dinâmicos, o que é certo, é que os clientes que adquiriram o Z8 não se importaram muitos com essas considerações. Não só compraram um automóvel bonito, potente e bem construído, como compraram um clássico roadster intemporal. Actualmente o Z8 é um automóvel raro, exclusivo e com um valor de mercado elevado. Pessoalmente acho que é um 2 lugares apaixonante…

Sérgio Gonçalves

1 Comments

  1. Carlos

    Certamente uns dos BMW mais bonitos de sempre.. com um motor robusto mas no geral um carro algo indeciso sobre o seu rumo .. o Alpina e um Z8 mais definido/refinado e não tanto um diamante em bruto

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