Este automóvel italiano é provavelmente uma dos mais importantes que a marca FIAT produziu e vendeu. Foi um enorme sucesso de vendas e representou um marco importante na história da marca italiana. Com várias motorizações disponíveis, era um automóvel simples, barato, minimamente robusto e fácil de manter. E tinha na sua versão topo de gama, o Turbo i.e. a referência em termos de performance e exclusividade.
O design do pequeno utilitário foi encomendado pela Fiat ao conhecido Giorgetto Giugiaro. Todo o projecto do Uno teve especial atenção nos aspectos práticos, na ergonomia do seu interior, no coeficiente aerodinâmico (na ordem dos 0.34cx) e no seu baixo peso total.
Os primeiros modelos a serem entregues nos respectivos stands da marca, foi no início do ano de 1983, mas precisamente em Janeiro. E incluíram 3 motores a gasolina, o primeiro com 903cm3 (no 45), o segundo com 1116cm3 (no 55), e o terceiro com 1301cm3 (no 70). Um pouco mais tarde seguiram-se a versão Diesel (45D) e as versões com caixa de velocidades automática (Uno-matic).
Mais tarde a marca acabava por tornar disponível, outra caixa automática, mais concretamente um sistema de Transmissão Contínua Variável. Esta versão acabou por se intitular de Selecta em 1987. Esta transmissão estava acoplada ao motor de 1116 cm3, e tinha uma característica negativa pois em caso de avaria neste tipo de caixas de velocidade, o custo de reparação era elevadíssimo.
Em meados de 1985, surgiu um novo modelo do Uno, equipado com um estreante motor Fire de 1 litro de capacidade (999cm3) que o tornava muito ágil e interessante em termos de preço. No final desse mesmo ano, surgiu também um motor turbo-diesel com 1367cm3 que passaria a ser conhecido como o 60D. Tinha um aspecto exterior muito semelhante à versão mais equipada e pujante da gama, falamos obviamente do Uno Turbo i.e. do qual iremos abordar um pouco mais à frente neste artigo.
Um ano depois, uma nova unidade motriz foi uma vez mais apresentada. Tratava-se do motor com maior capacidade que foi lançado no modelo Uno. Era um motor com 1498cm3 com injecção electrónica de combustível e catalisador.
Mas o Fiat Uno não se ficou apenas por uma geração ou uma “fase” como lhe queiram chamar. Mais tarde, em 1989 foi lançada uma “nova” versão que passou a ser conhecida como o Uno Mk2. A carroçaria foi revista, o novo visual era mais moderno e acompanhava as tendências dos anos 90.
As principais diferenças eram uns faróis mais finos, uma grelha diferente, um aileron traseiro mais pronunciado, um pára-choques dianteiro ligeiramente redesenhado, e a mala traseira com um desenho mais liso. Todas estas (pequenas alterações) foram concebidas de forma a dar um novo look ao Uno mas também com o objectivo de melhorar o coeficiente aerodinâmico, que passou de 0.34cx para 0.33cx.
Ao mesmo tempo, as versões equipadas com motores de injecção estavam disponíveis na maior parte da gama, excepto para o modelo de 903cm3 que ainda se permaneceu fiel ao carburador.
Na versão mk2 do Uno, foi apresentado um novo motor Fire com 1108cm3 que substituía assim a unidade de 1116cm3. Porém não foi o único motor novo a ser lançado, pois surgiu também uma nova unidade motriz de 1372cm3.
Em geral a qualidade de construção do Uno foi muito melhorada no Mk2. Em especial o fundo do chassi e os painéis interiores, uma vez que eram totalmente galvanizados. A produção italiana do Uno terminou em 1995 com a introdução do Punto. Até então, mais de 6 milhões de Unos foram produzidos.
Uno Turbo
O Uno mais apetecível e desportivo da gama era o Uno Turbo i.e.. Nos primeiros anos da década de 80 a Fiat tinha iniciado um relacionamento bem-sucedido com a empresa de Turbos Warner-IHI do Japão, no fornecimento de um kit turbo para o Spider 124 no mercado dos EUA. Posteriormente a isso, a empresa IHI foi novamente utilizada como consultora no desenvolvimento do Uno Turbo.
Os primeiros Uno Turbo foram lançados em Abril de 1985. Modelos estes, que vinham para concorrer directamente com o Peugeot 205 GTi e o Renault 5 GT Turbo. O primeiro Uno Turbo (Mk1) tinha um motor de 1299cm3 e contavam com a primeira geração de sistemas de gestão de motor da marca Bosch Marelli. Este modelo com os seus 105 cavalos de potência, conseguia cumprir o tradicional arranque de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e atingia uma velocidade máxima de 196 km/h. Valores de respeito, que contavam com a ajuda do baixo peso (845kg) do conjunto.
Mas esta motorização inicial foi logo substituída para uma unidade motriz de 1301cm3. No papel, anunciava a mesma potência máxima (105cv), mas na realidade os seus 1301cm3 proporcionavam um motor com mais binário e consequentemente mais interessante de conduzir. E são estas mecânicas que melhor conhecemos no nosso país.
A versão Turbo de 1301cm3 foi substituída pela mecânica de 1372cm3 em 1989, com a introdução do Uno Turbo Mk2. Para alguns mercados a versão turbo de 1301cm3 foi mantida na nova carroçaria até que uma versão catalisada estivesse disponível. As alterações no pequeno automóvel italiano eram essencialmente a nível cosmético. E passava por conter uma nova “cara” ou seja com uma frente redesenhada, a porta da bagageira diferente de forma a proporcionar um aspecto mais moderno e atractivo.
O maior peso do Mk2 deveu-se ao facto de o interior conter diferentes características, em especial um melhor refinamento, ou seja melhores acabamentos e também uma maior sofisticação.
Em vários mercados europeus o Uno Turbo i.e. Mk2 não conseguiu atingir a mesma popularidade do Mk1. As principais razões para isso era o seu peso mais elevado, acusava 925kg na balança ou seja um incremento em relação ao Mk1 na ordem dos 80kg. Outra das razões é que apesar te ter um motor com maior capacidade e um turbo diferente (neste modelo o turbo era da marca Garrett), não conseguia igualar o potencial da primeira geração nas rotações mais elevadas. As prestações do Mk2 eram marginalmente diferentes em relação ao mk1, o arranque de 0 a 100 km/h era efectuado no mesmo tempo (8,4s) mas a velocidade máxima era ligeiramente superior em 10 km/h, ou seja 206 km/h.
Segundo muitas opiniões da época, era um automóvel difícil de conduzir, pois o seu chassi tinha alguma dificuldade em gerir a potência do seu motor turbo. Porém são características como estas que dão um certo charme e carácter ao Uno Turbo i.e. Por isso não se esqueçam que a Fiat ao criar o Uno, criou também uma enorme história de sucesso comercial. Foi sem dúvida um automóvel de massas para todas as carteiras, e no nosso país foi também um modelo muito importante.
Com mecânicas para todas as necessidades e gostos, uma simplicidade a toda à prova, uma fiabilidade positiva e preços atractivos não se poderia esperar outra coisa senão um enorme sucesso. Engraçado que depois de tantos anos, em países como o Brasil ainda se produzam Fiat Uno da nova geração, fruto da vontade de muitos que o pequeno automóvel italiano não desapareça, até porque o seu nome é por si só uma vantagem comercial.
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Eu adoro o fiat Uno,miller,são muito lindo,do nota cem para eles,
Dois carros ficarão para sempre recordados de maneira positiva na minha vida. Um deles é o Uno Turbo ie, 1.301 cc. Uma máquina que dava prazer de conduzir. Diziam, quem andava comigo, que “voava baixinho”. Era perigoso para quem ultrapassava os limites da física. Conduzido dentro desses limites, dava um gozo danado. Saudades dele!
Na altura conduzi o modelo de 105 cv.- 1987/8. Era uma carro alto e com vias estreitas; logo, o adornar era típico quando se puxava um bocado por ele; mas possuía disco às quatro rodas. Era um típico Fiat (tudo à frente), mas andava que se fartava para 105 cv. Era muito bonito e o quadrante (instrumentos) parecia um de um avião. Mas havia carros com um comportamento mais falso que o do UNO. Fiesta turbo, Polo G40 são exemplos. Os melhores eram os franceses (sobretudo o Peugeot 205 GTI); mas sou suspeito pq. tenho um 106 GTI e a curvar não há nada como aquilo.
Abraço