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Volkswagen Corrado

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O Corrado é um automóvel desportivo que marcou de certa forma o início década de 90 e fim dos anos 80. Não porque tenha sido vendido em grandes números, mas porque naquele período os modelos coupé estavam na moda, eram muito apreciados pelos amantes de automóveis desportivos e a Volkswagen tinha o sucessor certo para o Scirocco.

Ainda que tenha sido desenvolvido inteiramente pela Volkswagen, este modelo foi construído pela empresa Karmann na cidade alemã de Osnabrück. O primeiro Corrado a sair das linhas de montagem deu-se no dia 1 de Setembro de 1988 e subsequentemente o último a ser produzido foi a 31 de Julho de 1995.

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A ambição da VW era criar um automóvel potente, elegante e muito desportivo, para combater a concorrência mais directa, inclusive até bater-se de igual para igual com o Porsche 944.

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Com objectivos ambiciosos a VW criou um coupé de 3 portas (Hatchback) com a configuração interior de 2+2 lugares, permitindo assim transportar pessoas atrás, ainda que o espaço seja algo limitado para adultos. A plataforma usada era a mesma que outros modelos da marca já utilizavam, caso do Golf Mk2 e do Jetta por exemplo, e ficou conhecida com o nome de código “A2”.

Ainda assim houve um Corrado que usava outra plataforma, a “A3”. Falamos do mais potente VR6. Todos os outros utilizavam os mesmos componentes dos modelos já descritos, ou seja as suspensões, direcção, sub-chassi, travagem entre outros.

Inicialmente sendo o VR6 mais desportivo e potente, obrigou o uso de componentes mais resistentes e como tal usava uma suspensão e um eixo traseiro diferente e algumas partes da plataforma A3 para o eixo posterior.

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Outras diferenças do modelo VR6 para a restante gama passavam pelo eixo dianteiro mais largo, que obrigou a marca a montar guarda-lamas mais largos para acomodar as rodas em perfeita sintonia com a carroçaria, assim como a montagem de um novo pára-choques dianteiro.

Mas as diferenças estéticas do VR6 não ficaram por aqui, pois foi montado um capô sobreelevado para acomodar o motor de maiores dimensões. Mais tarde todas estas alterações estéticas acabaram por fazer parte de toda a gama do Corrado. Todos os modelos tinham um aileron traseiro ajustável electronicamente, onde o seu funcionamento podia ser operado pelo condutor a partir do interior através de um botão.

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E de facto esta era a versão mais desejada do Corrado, o VR6 conquistou o coração de muitos entusiastas e jornalistas naquele período de tempo. Muitos descreviam as enormes qualidades do Corrado e em especial do VR6.

O seu comportamento dinâmico, a potência do seu motor e as suas linhas sedutoras fizeram deste coupé um dos mais cobiçados e elogiados até hoje.

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Ainda que nosso país o Corrado tenha conhecido uma boa dose de sucesso, não foi o VR6 que mais vendeu, muito por culpa dos elevados impostos que os portugueses pagam quando compram um automóvel novo, e o Corrado era relativamente caro para a época. O modelo com mais sucesso no nosso país acabou por ser o G60, com o seu motor de 1.8 Litros e o seu famoso compressor em forma de “G”. Era o irmão mais velho do também conhecido VW Polo G40, que também já descortinamos aqui no Autoblog.pt.

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O Corrado G60 conseguia cumprir o tradicional arranque de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e tinha uma velocidade máxima de 224 km/h.

Quando foi lançado era um claro sucessor de outro emblemático modelo da Volkswagen, o Scirocco, e todos os Corrado possuíam tracção dianteira e motores a gasolina.

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As mecânicas utilizadas no início da carreira deste modelo foram: um 4 cilindros em linha com 1,8 litros de capacidade, 16 válvulas com 138 cavalos de potência, outro 4 cilindros em linha com 1,8 litros de capacidade mas desta feita com um compressor volumétrico (G-Lader) e apenas 8 válvulas (G60) que possuía 160 cavalos de potência.

Mais tarde em 1992 a Volkswagen introduziu dois novos motores, um deles tinha 2,0 litros de capacidade, 4 cilindros em linha, 16 válvulas e 138 cavalos de potência e era uma evolução do “antigo” motor aspirado de 1,8 litros.

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O outro motor que foi lançado em 92 foi o emblemático VR6, que foi comercializado em duas versões diferentes. Uma das versões tinha 2,8 litros de capacidade, 181 cavalos de potência, e foi especialmente concebido para os mercados dos Estados Unidos e do Canadá. A outra mecânica possuía 2,9 litros de capacidade, 190 cavalos de potência e foi produzida exclusivamente para o mercado europeu. A versão europeia do VR6 alcançava os 100 km/h em 6,4 segundos e era capaz de atingir uma velocidade máxima de 230 km/h, tornando-se assim no mais veloz da gama.

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Nos Estados Unidos, o modelo VR6 foi comercializado sob o nome Corrado SLC (Sport Luxury Coupe) que significava um coupé desportivo de luxo. Com a introdução do motor VR6, o motor G60 desapareceu do mercado norte-americano em 1992 e no mercado europeu por volta de 1993.

Este motor VR6 é de facto único na sua concepção por conseguia um excelente compromisso entre dois tipos de configuração de motores, tanto em forma de V como os motores em linha, colocando os dois blocos de cilindros num ângulo de 15 graus com uma única cabeça.

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Esta concepção permitiu aos engenheiros da marca, a possibilidade de montar um motor de seis cilindros no mesmo espaço (aproximadamente) que antes era ocupado pelos motores de quatro cilindros, com a vantagem de se aproximar muito da suavidade de funcionamento de um 6 cilindros em linha.

O fim da comercialização do Corrado nos Estados Unidos da América deu-se em 1994, apesar de na Europa a sua produção tenha durado mais um ano. E nesse último ano foi produzido um outro motor de 2,0 litros de capacidade e oito válvulas que possuía cerca de 117 cavalos de potência.

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No Reino Unido foi comercializada uma versão especial com uma produção limitada a 500 unidades e ficou conhecido como o Corrado VR6 Storm. As principais características desta versão especial eram os respectivos emblemas a dizer “Storm” pela carroçaria, uma grelha frontal diferente exibindo outra cor, jantes de liga leve em 15 polegadas da marca BBS e bancos desportivos (aquecidos) em pele.

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Dos 500 Corrado Storm produzidos, 250 foram pintados numa cor verde clássica e o seu interior em pele tinha uma cor creme. Os outros 250, foram pintados numa cor única para este modelo, um tom de azul intitulado Blue Mystic. O seu interior em pele era da cor preta.

Existiu ainda uma outra versão que foi comercializada apenas em 1992. Era um Corrado VR6 disponível apenas com a cor Dusty Mauve Pearl Effect, que contrastava com um interior em cor vermelha.

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O Corrado foi em certa maneira um flop comercial, muito por culpa do seu elevado preço, ainda assim as qualidades dinâmicas e as elevadas prestações de algumas motorizações fizerem deste coupé um ícone da marca alemã. E já são considerados pré-clássicos com algum valor, com tendência para no futuro se tornaram ainda mais exclusivos e caros.

Sérgio Gonçalves

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