Nos últimos anos, os avanços tecnológicos revolucionaram a forma como encaramos
a segurança rodoviária. O Help Flash é um bom exemplo desta revolução
tecnológica, mas outros dispositivos, como o airbag, têm desempenhado um papel
crucial na proteção dos ocupantes de veículos em caso de colisão. Desde a sua
conceção inicial até às últimas inovações, os airbags têm evoluído para se tornarem
um elemento obrigatório em qualquer automóvel atual.
Origens e Evolução
A história dos airbags remonta ao início do século XX, quando foi patenteado o
princípio de funcionamento do sistema, mas foi apenas na década de 1970 que
começaram a surgir os primeiros conceitos viáveis aplicados aos automóveis. Nos EUA,
esta solução surgiu como uma espécie de alternativa ao uso do cinto de segurança,
mas rapidamente se percebeu que, para potenciar a sua eficácia, este dispositivo teria
de fazer parte de um conceito de segurança mais abrangente e integrado. Já nos anos
80 os primeiros sistemas de airbag começaram, aos poucos, a generalizar-se e marcas
como a Mercedes-Benz e a Porsche introduziram airbags em modelos selecionados. O
Classe S, por exemplo, tinha esta solução (juntamente com o pré-tensionamento dos
cintos) já em 1981. E, em 1987, o Porsche 944 Turbo foi mesmo o primeiro modelo a
dispor de airbags frontais para condutor e passageiro.
Funcionamento e Impacto na Segurança Rodoviária
O funcionamento dos airbags baseia-se numa série de sensores que detetam uma
desaceleração repentina, como a que ocorre durante uma colisão. Quando ativados,
estas almofadas de ar são insufladas por ação pirotécnica quase instantaneamente (30
milisegundos). Um conjunto alargado de sensores mede a desaceleração e quando é
atingido ou ultrapassado um determinado valor (semelhante a uma colisão a 23
km/h contra um objeto indeformável), a unidade de controlo do airbag desencadeia
a ignição de um propulsor gerador de gás inerte (nitrogénio) para insuflar
rapidamente (20 a 30 milissegundos) um saco de tecido ou nylon. O pó branco
libertado é apenas pó de talco e a sua função é impedir que o airbag fique colado à
bolsa.
Quando o ocupante do veículo colide com o saco e o aperta, o gás escapa-se de
forma controlada através de pequenos orifícios de ventilação. As pequenas lesões
que daí podem resultar prendem-se, quase sempre, com o atrito gerado entre o
tecido e a pele ou, por exemplo, quando o utilizador usa óculos, mas as vantagens
são incomparavelmente superiores aos possíveis efeitos “secundários”.
Normalmente, após ser “tomada” a decisão de ativar um airbag numa colisão
frontal, o saco de ar demora cerca de 30 milissegundos a insuflar. Segundo alguns os
estudos, a associação do airbag com os sistemas de retenção programada (cintos com
pré-tensores) reduz em 30% o risco de morte em caso de acidente.
Estes são os tipos de airbags mais usuais hoje em dia:
Airbags frontais. Os carros modernos vêm equipados com dois airbags frontais,
para o condutor (montado no volante) e passageiro do assento da frente
(montado na parte superior do tablier). Os airbags, que são acionados em duas
ou mais fases, consoante a força de impacto, são adaptativos. Na maioria dos
casos, o airbag do passageiro da frente pode ser desativado para poder
transportar em segurança, por exemplo, uma cadeira de bebé virada para trás.
Airbags laterais. Estes encontram-se, normalmente, na zona lateral do banco
da frente. Alguns automóveis incluem também airbags laterais para os
passageiros do banco traseiro. Os modernos sistemas de airbags dispõem de
duas câmaras, uma mais firme e outra mais macia. A primeira é desenhada
para proteger a bacia e a segundo para o peito.
Airbags de joelho. É instalado um para o condutor sob o volante, e outro para
o passageiro sob o porta-luvas.
Airbags de cortina. Podem ser montados na parte dianteira ou traseira do teto,
assim como entre os pilares, consoante o modelo.
Airbag central. É montado no apoio de braço dos assentos dianteiros ou na
parte central do encosto dos assentos traseiros.
Airbag nos cintos de segurança: O objetivo do cinto de segurança insuflável é
distribuir a força do acidente por uma área mais vasta do corpo da pessoa.
Airbag de peão. É desenvolvido para reduzir o nível de ferimentos de um peão
em caso de colisão com o carro.
Evolução Tecnológica
À medida que a tecnologia avança, os fabricantes continuam a desenvolver novas
formas de melhorar a eficácia dos airbags e adaptá-los a diferentes situações de
colisão. Por exemplo, os sistemas de airbag adaptativos podem ajustar a sua resposta
com base nas características do impacto e nas condições dos ocupantes,
proporcionando uma proteção mais personalizada e eficaz.
Além disso, a integração de sensores mais avançados e sistemas de comunicação com
outros componentes do veículo está a permitir uma resposta mais rápida e precisa em
situações de emergência. Os sistemas avançados de airbag já incluem sensores de
posição do banco e até sensores de peso. Com base nas informações destes e na
gravidade do impacto, o sistema avançado de airbag determina a abertura ideal do
airbag. Estas inovações promissoras apontam para um futuro onde os airbags não só
continuam a ser essenciais para a segurança rodoviária, mas também se tornam ainda
mais eficazes na proteção dos ocupantes dos veículos.
Assim, já sabe, em caso de acidente com alguma gravidade, poderá sempre contar
com esta sofisticada “almofada” insuflável como anjo da guarda. Da mesma maneira
que, em caso de avaria ou de imobilização junto a uma via pública, terá sempre à mão
o Help Flash, uma luz que ajuda a salvar vidas.
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